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Depois de uma semana em que se falou muito de Héber, segurança e treino secreto, assistimos a 90 e poucos minutos dignos de um Atletiba. Tensão do início ao fim, grandes lances e a disputa restrita à bola. Pelas circunstâncias, o 1 a 1 foi muito melhor para Atlético. Primeiro por o jogo ter sido no Couto Pereira. Segundo porque o Coxa jogou melhor, criou oportunidades para decidir o clássico antes mesmo de sofrer o gol de empate.

Marcelo Oliveira desviou bem das cascas de banana deixadas pelos desfalques, especialmente na lateral direita. Willian Leandro, visto com muita desconfiança por quem não está no dia a dia dos treinos (me incluo nessa massa), deu conta do recado com louvor. Obrigou Paulinho a ser apenas um marcador e tornou-se uma ótima opção ofensiva, especialmente quando Rafinha aparecia por ali.

Aliás, Rafinha fez hoje o seu melhor clássico pelo Coxa. As melhores jogadas de ataque do Coxa com bola rolando passaram por ele. Com bola parada, saíram dos pés de Tcheco. Aliás, impressionante a dificuldade do Atlético em marcar a bola alta no primeiro pau. O gol saiu ali e mais três jogadas de perigo – inclusive aquela que Deivid tirou em cima da linha – também.

O Coritiba jogou mais que o Atlético, criou mais que o Atlético. Mas faltou o sangue nos olhos de matar o clássico, de “passar o trator”, como diria Renato Gaúcho. O Coxa parecia não acreditar na possibilidade de sofrer o gol de empate.

Sofreu, curiosamente, em uma bola alta, por onde chegava com mais perigo ao gol rubro-negro. Ex-goleiro de pelada, sei do veneno que é esse cruzamento fechado em direção ao gol. Se alguém desvia, é pepino; se ninguém desvia, também é pepino. Mas Edson Bastos falhou, caiu tarde, foi com a mão mole.

A partir dali, o jogo acabou. O Atlético viu o empate cair do céu e se agarrou a ele. Na única mexida bem feita, Renato pôs Gustavo para fechar a área. Marcelo Oliveira pensou bem ao colocar Geraldo em campo (corrigiu a bobeira de por Gil no lugar de Willian Leandro), mas a execução foi ruim. Geraldo foi pouco acionado e o Coxa limitava-se às bolas altas, o que também fez da entrada de Leonardo algo inútil. Era hora de recorrer ao drible em velocidade com Geraldo, Marcos Aurélio e Rafinha e explorar Leonardo como pivô. Nada disso aconteceu.

Abaixo, faço uma análise individual dos times e da arbitragem. A ideia é ter isso na maioria dos posts de jogo no segundo turno. Espero que gostem.

Coritiba
Edson Bastos
Participou pouco, a bola quase não chegou. Quando chegou, demonstrou hesitação em alguns cruzamentos e foi tarde para a bola no lance do gol – em que pese essa bola que vem cruzada e ninguém desvia ser um veneno. 5

Willian Leandro
A agradável surpresa do clássico. Obrigou Paulinho a ser um mero marcador, fez boas jogadas com Rafinha. Saiu esgotado. Um dos melhores do clássico. 7

Jéci
Até brinquei no tuíter que Jéci poderia ser aposentado por invalidez depois de perder no jogo de corpo para o Madson. No geral, foi bem. 6

Emerson


Emerson comemora o primeio gol do Atletiba

Teve pouco trabalho atrás, apareceu mais no ataque. Fez o gol e teve ótima chance de deixar mais um. 6,5

Lucas Mendes
Um pouco perdido na marcação de Edilson, arriscou apenas uma subida ao ataque, deixando o lado esquerdo do ataque alviverde deserto até Geraldo entrar. 5

Willian
Sua função era apenas marcar. E fez isso com a eficiência de sempre. 6

Léo Gago
Acertou um belo chute de fora da área no primeiro tempo, mas no segundo esteve meio disperso. Matou na canela uma bola passada por Rafinha que o deixou na cara do gol. 5

Tcheco
Perigosíssimo na bola parada, eficiente com ela rolando. Cansou e saiu. 6

Rafinha
Fez seu melhor clássico pelo Coxa. Quando a bola caía no seu pé, saía jogada. O primeiro dos dois escanteios que resultaram no gol nasceu de um passe dele para Willian Leandro. No segundo tempo, deu uma entortada linda em Deivid e um passe perfeito para Léo Gago. 7,5

Marcos Aurélio
Teve um brilhareco no primeiro tempo, depois sumiu. 5,5

Bill
Começou bem, abrindo espaços no ataque. Depois desandou a tentar cavar falta. Fez com alguma eficiência o serviço sujo de dar trombada no ataque. 5,5

Substitutos
Geraldo Seu futebol de 15 minutos infernais não apareceu 5 Gil A sua entrada matou o avanço coxa-branca pela direita 5 Leonardo Quando entrou, o Coxa limitava-se a chuveirar na área atleticana. Não lembro de ter visto ele pegar na bola Sem nota

Marcelo Oliveira
Mandou bem na escalação de Willian Leandro. Deveria ter sido mais ousado na troca do lateral improvisado. O caminho era botar um meia ou atacante por lá, puxar Lucas Mendes para uma linha de três zagueiros e sufocar até matar o jogo. 6

Atlético
Renan Rocha
O melhor em campo. Fez defesas importantes antes e depois do gol do Coritiba. Definitivamente o Atlético tem um camisa 1. 7,5

Edilson


Torcida atleticana vibra com o gol de empate de Edilson no Atletiba

Nas poucas vezes que o Atlético levou perigo, foi com ele pela direita. Ajuda de Edson Bastos à parte, foi preciso no lance do gol de empate. 6,5

Manoel
Bem na marcação de Bill, teve alguma dificuldade para marcar os escanteios do Coritiba pelo alto. 6

Fabrício
Bem no geral, mas era mais lógico que ele estivesse marcando Emerson no lance do gol. 6

Paulinho
Limitou-se apenas a marcar e ainda com dificuldade. 5,5

Deivid
É a revelação do ano no futebol paranaense. Marcador incansável, ainda sabe como dar início às jogadas de ataque do Atlético. Ainda salvou um gol em cima da linha – para no lance seguinte o Coxa marcar 6,5

Kléberson
Marcou relativamente bem, mas se omitiu da missão de manter a bola nos pés do Atlético e aliviar a pressão do Coritiba. 5,5

Cléber Santana
Idem Kléberson. 5,5

Madson
Movimentou-se bastante… e não chegou a lugar algum. Foi substituído sem deixar saudade. 5

Marcinho
O pior em campo fácil. Se escondeu do jogo tanto no meio como no ataque. 4

Edigar
Morreu de inanição graças à ineficiência do meio-campo rubro-negro. 5

Substitutos
Branquinho Entrou para ajudar Madson na armação. O Atlético empatou logo depois e sua presença em campo tornou-se inútil 5 Fransérgio Até quando Renato vai obrigá-lo a jogar de centroavante? 5 Gustavo Entrou para aumentar a resistência defensiva atleticano e fez isso bem 5,5

Renato Gaúcho
Levou ao banco de reservas toda a irritação da torcida com Héber Roberto Lopes. Famoso pela malandragem, foi expulso como um juvenil. A distância, mexeu mal. Entre Madson e Marcinho, Madson ao menos vinha fazendo algo. Além, claro, de insistir tolamente em Fransérgio como centroavante. 1

Heber Roberto Lopes
Falou-se mais dele que de qualquer outro personagem do Atletiba. E Heber foi bem. Teve uma falta de Kleberson em Marcos Aurélio que ele deu para o Atlético, um amarelo para Edilson que não precisava. Houve dois lances polêmicos. Na trombada de Jéci com Madson, a imagem mostra que Jéci nem sequer toca na bola. No lance de Bill com Fabrício, Fabrício segura a camisa de Bill, mas não puxa. O melhor indicativo de que os lances foram normais é que os jogadores que estavam por perto nem reclamaram.

Agora, a expulsão. É nítido que Renato reclamou acintosamente, mas aqui, do sofá de casa, a mais de 400 quilômetros do estádio, não dá pra saber o que ele falou. No fim, Renato não fez falta no banco e sua ausência não influenciou no jogo. 8,5

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