Coluna publicada na Gazeta do Povo impressa desta terça-feira

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Fransérgio pode atuar no Internacional em 2012

Fransérgio terá seu contrato com o Atlético rescindido. Vai para o Internacional (cuma?!). A história tem sido nota de rodapé no noticiário rubro-negro. Uma pena, pois a importância de Fransérgio vai além das muitas caneladas que ele deu em campo. Assim como foram Lucas, Kléberson e Lothar Matthäus para determinados períodos da era Petraglia – Episódio I, Fransérgio é um símbolo, talvez o maior, da gestão de Marcos Malucelli. A sua partida é como retirar um quadro pendurado no CT do Caju e deixar a parede em branco para a administração atual expor a sua marca.

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O primeiro Atlético a entrar em campo sob a presidência de Marcos Malucelli teve Fransérgio entre os titulares. Era o Atlético da Copa São Paulo de 2009, vice-campeão em um decisão emocionante contra o Corinthians e um Pacaembu lotado. Era o melhor começo possível: garotos levando o clube a uma inédita decisão nacional. Uma ótima perspectiva de futuro – um futuro herdado da gestão anterior, mesmo com os prós e contras da condução da base atleticana até ali.

Fransérgio foi um dos destaques naquela Copinha. Ao longo de todo o Paranaense a torcida e parte da imprensa pediram a promoção dele e de outros garotos à equipe principal. Geninho relutou, mas atendeu. Pôs os piás aos poucos. Fransérgio foi o primeiro a ter chance, nos seis minutos finais da vitória por 2 a 0 sobre o Paranavaí, na Arena. O Atlético terminou aquele estadual como campeão e a transição dos meninos para o profissional parecia encaminhada.

Na prática, não foi bem assim. O Atlético começou mal o Brasileiro e a entrada daquela geração – todos com no máximo 19 anos – acabou sendo acelerada. Fransérgio recebeu – e desperdiçou – oportunidades de jogar como volante. Então veio Antonio Lopes e o escalou como zagueiro. Novo fracasso. E o início de um ciclo ininterrupto. Um técnico novo chegava (e foram vários), Fransérgio era escalado de volante, jogava mal, era escalado de zagueiro, jogava mal e acabava encostado.

A escalação de Fransérgio como centroavante no primeiro Atletiba do Brasileiro foi o retrato mais fiel da bagunça do ano passado, que culminou no rebaixamento. Em um ato só, juntou-se a falta de um atacante confiável, a lentidão na busca por reforços e a incapacidade do departamento de futebol em enquadrar um treinador – no caso, Renato Gaúcho.

Fransérgio ainda repetiu seu ciclo mais uma vez, com Antônio Lopes. Entrou, jogou mal, saiu do time. Da geração vice-campeã da Copinha, foi dos que receberam mais oportunidades e dos que mais fracassaram – daquela turma, só Manoel se firmou.

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Fransérgio era um dos ícones do futuro promissor, acabou como um dos símbolos de um time rebaixado. Agora, vai embora quase pela porta dos fundos e deixa aquele espaço vazio na parede, à espera de um novo retrato para o Atlético. Que ele seja tão feliz e inspirador como outros que estiveram pelo CT do Caju em boa parte da última década e meia.

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