A vitória do Atlético sobre o São Paulo é daquelas de quem se recusa a ser rebaixado. Na bola enquanto foi possível, na raça até onde foi necessário.
Começou da maneira cantada, com um tiro de Guerrón pela direita, onde não estava nem Cícero nem Rhodolfo. Mas com o caminho aberto pelo improvável e perfeito corta-luz de Nieto, mais uma vez decisivo. Durante o jogo, brinquei com o guru Jones Rossi (jornalista, atleticano e editor da Veja.com) que esse corta-luz, os dois gols contra o Atlético Goianiense, os dois contra o Internacional, a assistência e a bola na trave contra o Corinthians são material para um DVD capaz de fazer o Atlético vender Nieto por 10 milhões de euros para um time russo – “E ainda leva o Morro de graça”, acrescentou o Jones.
Em vantagem no placar com apenas dez minutos de jogo, o Atlético engoliu o São Paulo. Destaque para os gêmeos Manoel e Guerrón (copyright by Tusquinha). Enquanto o primeiro anulava qualquer tentativa são-paulina de invadir a área atleticana, o segundo botava Cícero pra correr atrás dele e mantinha Rogério Ceni sob alerta permanente. Entre um irmão e outro, Deivid, Marcelo Oliveira e Paulo Baier marcavam o São Paulo desde a saída de bola e faziam a bola chegar toda hora ao ataque. O trio se desdobrou de tal maneira que Marcinho pôde ser uma figura decorativa sem causar prejuízo.
Então Leão trocou Carlinhos Paraíba por Casemiro para poder respirar. E Casemiro por Rivaldo para entrar no jogo. A partir dali, o São Paulo passou mais tempo com a bola nos pés, a jogar no campo do Atlético, que, mais uma vez, recuou de forma quase suicida. Deivid, Marcelo Oliveira, Gustavo e, mais tarde, Renan Foguinho juntaram-se a Manoel para compor uma trincheira na frente da área rubro-negro. E quando tudo deu errado, Renan Rocha apareceu, ora inseguro, ora desajeitado, para garantir o 1 a 0.
Extraordinária por si só, a vitória ganhou dimensão com o empate do Cruzeiro e a derrota do Ceará. O jogo de domingo, contra a Raposa, torna-se ainda mais decisivo. Vencer em Sete Lagoas significará fincar um pé na primeira divisão em 2011, enquanto perder será o inferno e empatar, a extensão da agonia até as duas últimas rodadas. De ruim, apenas a terceira vitória seguida do América, que permite ao Coelho receber o Rubro-Negro, daqui a dez dias, ainda com chance de permanecer na primeira divisão.
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