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Fadel e Petraglia, candidatos no Atlético

Tenho lido e ouvido muito e escrito pouco sobre a eleição do Atlético. Um pouco pelo apuro de quem está com o calendário de trabalho encurtado pelas férias de fim de ano, um bom tanto por questões familiares que têm docemente tomado meu tempo e muito pelo ambiente em torno da eleição.

A eleição do Atlético emula muitas das piores características das eleições da política real: acusações entre candidatos, dossiês apócrifos circulando pelas sombras, ataques anônimos bombando nas redes sociais, aproximações (Petraglia-Fanáticos) e anúncios (Marcus Coelho no comando do futebol) claramente para caçar votos, intolerância e, claro, herança maldita. É o termo preferido de qualquer eleição. Ainda mais em uma eleição em que ninguém se diz de situação, embora os dois lados fossem da situação até outro dia. 2012 será um ano em que o atleticano ouvirá falar muito de herança maldita. Como, aliás, ouviu Malucelli falar muito da herança maldita de Petraglia. E Petraglia da herança maldita de Hussein. E assim sucessivamente, até chegar ao momento em que a serpente convenceu Adão de que os caprichos de Eva que pertubavam a paz do paraíso eram herança maldita deixada por Deus, seu antecessor. A serpente, como se sabe, foi indicada ao paraíso por José Sarney.

De hoje até quinta-feira, ainda deve rolar muita baixaria e troca de acusações. Pior para o Atlético, pois se perde uma ótima oportunidade de discutir o clube a fundo em um momento propício a mudanças. O rebaixamento de um clube grande traz apenas dois benefícios: a união da torcida e a predisposição geral a aceitar o novo. Da forma como têm se digladiado, as duas chapas deixam a eleição do Atlético com gosto de pão amanhecido. E considerando o Atlético que os dois grupos ajudaram a descontruir nos últimos cinco anos, isso não é um bom sinal.

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Já escrevi isso há alguns meses, mas como vocês têm muito mais coisas a guardar na memória do que o que eu escrevo, repito: o Bola no Corpo e seu autor, a quem há 32 anos conheço por eu mesmo, não têm preferência por chapa alguma, não apoia nem vota em nenhum dos dois lados, simplesmente porque não é da sua conta, como jornalista esportivo, se posicionar em eleição de clube algum. O único posicionamento é de que os sócios votem conscientemente e que a nova diretoria faça o necessário para o Atlético voltar forte à Série A em 2013.

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Tem ganhado musculatura a teoria de que o Atlético Mineiro entregou para o Cruzeiro na última rodada do Brasileiro, resultado que colaborou para a queda do Atlético Paranaense. Ainda hoje ou no máximo amanhã trarei mais informações a respeito da mobilização em Belo Horizonte para apurar o caso, afinal, há um clube do estado envolvido e há demanda por informações.

Mas, particularmente, não acredito nessa teoria conspiratória. Há muita rivalidade envolvida e vender isso seria fazer roleta-russa usando um revólver com seis balas no tambor. Atlético Mineiro e Cruzeiro fizeram campanhas similares no Brasileiro, portanto são solidários na ruindade técnica, com a diferença de que no último jogo o Cruzeiro jogava a sobrevivência, diante de uma plateia toda cruzeirense disposta a sabe-se lá o que em caso de rebaixamento, enquanto o Galo já não tinha mais toda aquela mobilização de quem precisa vencer a qualquer custo. E se o placar de 6 a 1 justifica a investigação, então que se abra inquérito sobre as finais do Mineiro de 2008 e 2009, ambas com partidas em que o Cruzeiro venceu o Galo por 5 a 0.

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