A decisão do Coritiba de não exercer a preferência para adquirir os direitos federativos de Davi deixa transparecer um recado: hoje, o futebol de Davi não justifica a sua compra. Quando Vilson Ribeiro de Andrade diz que “o clube não quis exercer a opção porque entendeu que o investimento era muito alto”, fica clara a menção ao que o meia jogou após o 6 a 0 contra o Palmeiras, sua última grande exibição com a camisa coxa-branca – no segundo jogo final da Copa do Brasil, Davi fez um gol importantíssimo, mas não jogou bem. Há dois meses Davi não joga um futebol que justifique sua compra.
A interpretação de que o Coritiba considera que hoje Davi não vale o investimento de R$ 1,5 milhão (valor não oficial) é reforçada pela declaração fresquinha do Vilson ao Fernando Rudnick de que se até o fim do ano Davi tiver evoluído, o Coxa terá interesse em mantê-lo. Em outras palavras: Davi só interessa ao Coritiba se tiver condições de jogar em alto nível por um longo tempo, dificuldade recorrente na sua carreira. Um cuidado que remete a dois episódios do passado alviverde.
Um do começo do ano, envolvendo o próprio Davi. O meia foi contratado com um vínculo curto e direito de preferência porque não havia certeza de que o rendimento dele justificaria um investimento a longo prazo. Clube e empresário concordaram com essa condição e sabiam dos riscos e benefícios inerentes a ela.
O outro é um pouco mais antigo, do fatídico ano de 2009. Marcelinho Paraíba fez um primeiro semestre bom o bastante para levar o Coritiba a renovar seu contrato e melhorar seu salário. Depois, Marcelinho fez apenas um bom jogo. Desapareceu no momento em que o Coxa mais precisou e foi embora imediatamente após o rebaixamento. Uma lição dura e, por sinal, aprendida.
Claro que há um risco na decisão de não exercer o direito agora. Davi pode arrebentar no segundo semestre e o Coxa ter dificuldade em segurá-lo para 2012, seja porque surgiram outras propostas, seja por jogo duro do empresário. Mas é legítimo o cuidado de esperar um pouco mais para ver se Davi continua valendo o investimento.
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Em tempo. Davi foi um dos jogadores que mais sofreram com a sequência de jogos do Coritiba no primeiro semestre. Há exames que comprovam esse desgaste. Tanto que ficou fora dos dois últimos jogos por contusão e dificilmente enfrentará o Fluminense. Quando voltar, inteiro e sem uma maratona pela frente, ele terá condições de repetir o bom futebol do início do ano. Se voltar. Afinal, Davi fez apenas cinco jogos e está elegível para defender outro clube no Brasileirão.
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Davi não é o único jogador do elenco alviverde com contrato para vencer em dezembro. Na verdade, a discussão sobre a manutenção do meia apenas abre uma série de negociações que devem ocupar várias horas da diretoria alviverde daqui até o fim do ano. Veja quem mais precisa conversar sobre renovação. As informações sobre prazo de contrato são do BID acumulado do Coritiba
Bill – 10/12/2011
A diretoria do Coritiba já falou algumas vezes que pretende ficar com ele.
Demerson – 31/12/2011
Foi titular nos jogos finais da Copa do Brasil, mas perdeu espaço com a recuperação de Jéci e Pereira.
Edson Bastos – 31/12/2011
É titular e tem história no clube. Por outro lado, tem um salário alto e falhou feio na final da Copa do Brasil. O peso de cada um desses fatores definirá se a negociação será difícil ou não.
Gil – 10/12/2011
Acabou de chegar da Ponte, por empréstimo, e tem jogado bem. Me informa o Fernando Rudnick que ele já tem um pré-contrato de mais dois anos e meio com o clube.
Jéci – 31/12/2011
Tem história no clube, é um líder do elenco, mas tem muitos altos e baixos em campo.
Pereira – 31/12/2011
O mesmo do Jéci, exceto os altos e baixos.
Tcheco – 31/12/2011
A decisão é mais dele do que do clube. A ideia de Tcheco é parar no fim do ano, mas ele já admite reconsiderar a posição. Acho que ele deveria parar por cima.
Triguinho – 31/12/2011
Só ganhou mais um ano de contrato por causa da grave lesão na partida contra o Bahia, em Pituaçu. Entrou bem no jogo contra o Vasco, pelo Brasileiro, e não voltou a ser aproveitado.
Willian Leandro – 31/12/2011
Difícil de entender por que veio, mas não é muito difícil imaginar qual seu destino no fim do ano.
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