Nilson, um gol e uma assistência no PV
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À tarde escrevi que o duelo com o Ceará serviria ao Paraná de parâmetro para a Série B e que o que viesse de resultado seria lucro. A amostra dos primeiros 90 minutos do confronto ficou acima de qualquer expectativa e a vaga está bem mais ao alcance dos paranistas.

O favoritismo cearense prevaleceu por 15-20 minutos. Tempo em que o Tricolor aceitou passivamente a pressão do adversário. Henrique penava para segurar os avanços de Apodi, Packer falhava na distribuição da bola para os meias. Os meias mal faziam uma sombra para dificultar a pressão do Vozão. Alex Bruno tentava fazer a saida de bola sozinho. O time da casa batia em Luís Carlos e voltava. Até que bateu e entrou, no chute de Felipe Azevedo.

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Ali, temi pelo pior. O Paraná era dominado, esboçava pouca reação e o Ceará mantinha o embalo das nove vitórias consecutivas que carregou para campo no PV. Aí, veio a primeira intervenção de Ricardinho. O treinador corrigiu o posicionamento de Packer, que passou a levar a bola do campo do Paraná para o do Ceará. Elias caiu pela esquerda, nas costas de Apodi. O time que só se defendia passou a atacar. E chegou ao gol. Cruzamento de Packer e gol de perna direita de Nilson.

A segunda intervenção de Ricardinho veio no intervalo, com a troca de Elias por Henrique Alemão. Na teoria, um erro. Dos amarelados, Elias era o menos propenso a ser expulso e a entrada de mais um volante significaria recuar o time, dar campo para o Ceará. Na prática, o Paraná assumiu o controle do jogo. Alex Alves e Alemão protegeram a zaga com mais eficiência. Packer adiantou a marcação sem a bola e aproximou-se dos atacantes com ela. Paulo Henrique e Henrique tiveram mais liberdade para apoiar. O Paraná, que passou o primeiro tempo quase inteiro só se defendendo, começou a contra-atacar. Assim saiu o segundo gol, assistência de Nilson, finalização de Luisinho.

A essa altura, já era possível eleger os destaques do Paraná. Luís Carlos segurou o momento mais difícil de pressão. André Vinícius dominou a zaga. O time crescia à medida que Packer conseguia organizar o jogo. Nilson foi o pivô e o finalizador que Ricardinho espera no ataque. Os meias abertos e os laterais ofereceram boas opções pelos lados do campo. Exceto a atuação de Luís Carlos, mérito individual, todas as outras situações foram trabalhadas e testadas nos treinos e amistosos. Se houve um lado bom na inatividade paranista neste início de ano foi dar a Ricardinho a chance de realizar uma pré-temporada decente, com períodos bem definidos de condicionamento físico, trabalho tático e amistosos. Ricardinho soube usar esse tempo, já demonstrou ter uma leitura rápida do jogo e o que é melhor, sua resposta parte sempre do princípio de levar o time ao ataque.

O lado ruim da inatividade é a ausência quase total de ritmo de jogo. Chegou um momento, ali pelos 30 do segundo tempo, em que o Paraná pregou. Nesse momento, levou o gol de empate e tomou pressão, mas teve calma e organização suficientes para manter o empate. O 2 a 2 deixa a vaga em aberto. Mas o futebol apresentado, além de justificar um grande público na Vila Capanema, semana que vem, mostra que há um bom trabalho em andamento no Paraná. Era essa a resposta que todos esperavam ver essa noite no PV. E ela veio bem melhor que o imaginado.