O gramado da Vila em obras para tentar minimizar os problemas
A bola vai cambalear para Paraná x Atlético na pista cross-country da Vila Capanema. A empresa que faz a manutenção do terreno tem culpa por ter assassinado o gramado. A Federação tem culpa por não remanejar o clássico envolvendo o Atlético sub-23 no meio de semana em que o Atlético principal vai estrear na Copa do Brasil. Mas há um culpado nessa história que tem sido deixado de lado.
Os jogadores de Paraná e Atlético são, nitidamente, os maiores prejudicados pela irresponsabilidade de manter o clássico para hoje, na Vila. Serão eles que ficarão um tempo no estaleiro, sem exercer sua profissão, caso se arrebentem ao pisar em um buraco aberto onde deveria haver grama. Serão eles que tomarão vaia dos torcedores e receberão críticas da imprensa se fizerem um espetáculo (?) ruim. Serão eles que receberão a patética camisa do Inacreditável FC caso percam um gol debaixo da trave, porque a bola, ao invés de rolar, pingou e deu na canela.
Diante de tanto prejuízo potencial, os jogadores deveriam se levantar e se recusar a jogar nessas condições. Menos pelo Atlético, cheio de garotos ainda com a personalidade em formação. Mais pelo Paraná, recheado de jogadores experientes, gente como Lúcio Flávio, Anderson, Alex Bruno, Ricardo Conceição, Marcos e Zé Luís, todos conhecedores profundos dos riscos e dificuldades da profissão.
Eu sei, é utópico esperar isso. Jogador brasileiro não tem cultura de mobilização pelos seus direitos. Uma apatia que se reflete nos sindicatos. Sexta-feira, Nivaldo Carneiro, presidente do Sindicato local, disse ao Eduardo Luiz, da 98 FM, que vai esperar o clássico para, eventualmente, tomar alguma atitude legal em defesa da classe. Sua obrigação era ter feito isso já na quinta-feira cedo, depois da partida entre Paraná e Toledo.
Em qualquer circunstância, os jogadores serão as maiores vítimas do que acontecer esta tarde, na Vila Capanema. Mas é inegável que a omissão dos atletas contribui para a realização desse jogo de risco.
