Um meia ofensivo, na casa dos 30 anos, rápido, habilidoso e que sabe fazer gol. A descrição cabe para Marcinho. E também cabe para Martín Ligüera. O meia uruguaio de 31 anos é o novo reforço do Atlético. O clube não confirma, mas o Unión Española, onde o jogador estava, já fez o anúncio e a imprensa chilena fala em contrato de dois anos.
Ligüera é de uma geração promissora do futebol uruguaio que acabou não dando muito certo. Ele foi quarto colocado no Mundial sub-20 de 1999, no time que tinha Carini, Sorondo, Diego Perez, Chevantón e Canobbio. Todos jogadores que surgiram bem, fizeram a Celeste ter a esperança de voltar aos velhos tempos, mas que fracassaram, deixando a missão para a turma de Forlán e Lugano.
JR Carrasco gosta muito de Ligüera. Carrasco convocou o meia para a seleção uruguaia.
Ligüera era o meia avançado da Celeste no empate por 3 a 3 com o Brasil, em novembro de 2003, no Pinheirão, pelas Eliminatórias da Copa da Alemanha. Logo depois eles se reencontraram no Nacional. A ofensividade de Ligüera corresponder perfeitamente ao em el Tiki Tiki gosta de ver das suas equipes e em um calendário com Copa do Brasil, Série B e Paranaense, o jogador tem boas chances de ser protagonista no Rubro-Negro.
Com a sua chegada, surgem duas questões: como ele será aproveitado no time e qual o reflexo na composição do elenco? No jogo-treino contra o Laranja Mecânica, Marcinho atuou na posição mais avançada do meio-campo. É a posição em que Ligüera atua e, por Carrasco gostar tanto do seu futebol, é provável que o uruguaio leve vantagem.
Isso significa que Marcinho perde espaço, mas não necessariamente que esteja descartado. Lembrem-se: Carrasco gosta de girar bastante o elenco, suas equipes dificilmente têm titulares absolutos. Assim, ter Ligüera e Marcinho no elenco é certeza de que a função será coberta sempre por jogadores bons e experientes – fora improvisações eventuais.
A mesma lógica não deve valer para os estrangeiros. Com Ligüera, o Atlético passa a ter quatro. Morro García é jogador de confiança do técnico e, apesar das promessas de campanha, não será devolvido para o Nacional. Ainda há Nieto (que foi ponta no jogo-treino!) e Guerrón. Acho que um dos dois vaza. Os salários são altos, o futebol é curto e a legislação permite somente três estrangeiros entre campo e banco.
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História sobre Ligüera. Pouco tempo depois que ele chegou ao Unión Española, em 2010, o Chile foi atingindo por um terremoto de magnitude 8.8. O relato do jogador é impressionante.
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Post com a preciosa colaboração de Ubiratan Leal, jornalista, colega de trabalho, especialista em futebol sul-americano e arquiteto gastronômico.
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