Tomei minha primeira resolução de ano novo em setembro: dar um tempo no Bola no Corpo até o começo de 2014. Com pouco mais de dois anos dentro do site da Gazeta do Povo e uns três de atividade, o blog precisava de umas férias existenciais, um período sabático. A frequência e, principalmente, a qualidade dos posts não estavam satisfazendo nem mesmo o autor, quando menos vocês, que são quem alimentam esse monstrinho.
Pensei em voltar na época das finais da Copa do Brasil, mas, como eu mesmo teria um período de férias logo adiante, achei melhor retomar a ideia inicial e voltar em janeiro. Por isso, aqui estamos. O blog terá algumas novidades que aos poucos vou apresentando. O que não muda é a disposição de sempre trazer algo relevante e diferente, não apenas postar por postar. E sem medo de informar, opinar nem mesmo projetar algo que, depois, se mostre furado – afinal, vocês merecem um pouco de diversão no fim do ano. Faz parte do jogo. Então, vamos jogar.
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Um ponto que sempre incomoda muito nessa maluca rotina da notícia é deixar temas pelo caminho, mesmo depois de dedicar horas a ele quando este assunto está bombando. O futebol brasileiro deixou vários rabichos no fim de 2013, que precisam ser permanentemente ser lembrados ao longo de 2014, até que se chegue a uma solução. O Bola no Corpo vai ser um dos chatos a lembrar destes temas sistematicamente. Vamos a eles:
Violência
A pancadaria de Joinville teve o efeito imediato esperado: punição severa aos clubes, prisão preventiva dos envolvidos na barbárie, promessa de um pacote de medidas antiviolência no país. Tudo muito bonito, mas e o passo seguinte? Exceto a punição aos clubes, os outros dois pontos têm tudo para se perder. Libertação dos presos e retorno deles aos estádios para armar mais confusão; engavetamento do pomposo pacote antiviolência. A briga entre atleticanos e vascaínos deu ao futebol brasileiro a milésima chance de implementar uma política séria de segurança nos estádios, com aplicação do Código Penal, punição aos clubes, preparação das forças de segurança para ações preventivas. Vai deixar passar?
Reforma no STJD e no controle de suspensões da CBF
O caso Lusa deixou evidente a necessidade de uma reforma no funcionamento do STJD e, principalmente, no controle de suspensões da CBF. O STJD precisa ter o seu poder reduzido. Sua substituição por uma comissão disciplinar, nos moldes da Europa, é um caminho. A criação de penas automáticas, que dispensem julgamentos, é outro. No caso da CBF, não é um esforço brutal de TI incluir no sistema de súmula eletrônica um bloqueio à validação de jogadores que estão suspensos. Algo que o delegado da partida pode checar antes de a bola rolar, no preenchimento prévio da súmula.
Virada de mesa
O clima de virada de mesa é total no futebol brasileiro. A ida à Justiça Comum de rubro-verdes, vascaínos e até flamenguistas à Justiça Comum prepara o terreno para a criação de uma nova Copa João Havelange, com 24 clubes, sob a roupagem da tão pedida liga de clubes. O futebol brasileiro vai engolir mais essa?
Reivindicações do Bom Senso
O Bom Senso FC deixou uma rica pauta de reivindicações para o futebol brasileiro, que a CBF tenta a todo custo esvaziar. A prometida greve para o início dos estaduais é um claro sinal de que o movimento não pretende deixar os seus pedidos caírem no esquecimento. Resta ver até quando a CBF resistirá.
Financiamento da Arena
Partindo para o cenário local, não há certeza sobre a fatura final da Arena nem quanto à divisão exata dessa conta entre Atlético, prefeitura e governo do estado. Agora, o orçamento entrou em um ritmo em que quanto mais a conta demorar a ser paga, maior será a injeção de recurso público na obra, por causa da valorização do potencial construtivo.
Nova Mauá e CT de Campina
No fim de 2012, Vilson Ribeiro de Andrade prometeu entregar a nova Mauá e o CT de Campina Grande do Sul no último ano da sua presidência, 2014. A Mauá está com o cronograma atrasado, mas o clube mantém a previsão de 30 de junho. O CT de Campina não tem uma data exata para ser entregue.
Vilson fora do vestiário
Uma das novidades prometidas no Coritiba no início do ano é uma nova distribuição na hierarquia do departamento de futebol. Após um longo período com o comando polarizado entre Felipe Ximenes e Vilson Ribeiro de Andrade, o poder, em tese, será dividido entre Paulo Thomaz de Aquino, Tcheco e Mario André Mazzucco. Vilson, em princípio, ficará longe do vestiário. A conferir.
Poder de Marcos Amaral no Paraná
O que era tímido ano passado ficou mais escancarado neste. Marcos Amaral ganhou muito terreno no Paraná, trazendo jogadores tanto para servir o clube imediatamente como para um estágio no Rio Branco. O histórico dentro do próprio clube é terrível, vide a maneira como terminou o casamento com a LA Sports. O Paraná terá de conseguir algo inédito no futebol: uma autonomia real mesmo com um parceiro tão forte.
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Vocês já devem ter visto que há uma nova política de comentários em todo o site da Gazeta do Povo. Sou descrente no sucesso das caixas de comentários. Concordo com a política do Oene, do Pedro Burgos, de deixar que a discussão seja levada para as redes pessoais dos internautas (twitter, Facebook, fóruns etc.). Discutindo entre amigos que se conhecem “ao vivo”, as pessoas tendem a se portar de maneira mais civilizada e racional do que sob o véu do anonimato permitido pelas caixas de mensagem.
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