Desde que o Atlético passou a escalar o Sub-23 para jogar o Campeonato Paranaense, é obrigatório analisar o desempenho do clube no Estadual: proposta de uso de jogadores e resultados.
Como proposta de uso de jogadores, tem valido a pena. Dráusio, Carlos César, Lucas, Olaza, Bruno Mendes, Mosquito e Douglas Coutinho quicaram no Sub-23 antes de subir ou voltar ao time principal. Exceto Mosquito, deram ao time a primeira e única vitória no campeonato, no Atletiba. E conseguiram aprimorar a forma física e técnica para ajudar o Atlético na Libertadores. É um relaxamento de fronteira bem-vindo em relação aos dois elencos totalmente separados do ano passado.
Como lapidação de novos jogadores, também tem funcionado. Escrevi outro dia, falando do Coritiba, que um clube deve comemorar sempre que consegue puxar dois bons jogadores da base no fim da temporada. O Atlético caminha firmemente para atingir essa “cota” ao fim do estadual. Otávio e Marcos Guilherme são realidades. Estão prontos para ajudar a equipe principal. E nem cito Crislan, que já deveria ter recebido alguma oportunidade ano passado.
Ok, mas e o resultados? O Atlético entra em campo amanhã, contra o Arapongas, na vice-lanterna. Mesmo com um elenco jovem, é vexame. Então se o pessoal que desce está sendo bem aproveitado e há meninos que merecem subir, por que o time não engrena?
A reação imediata é culpar Petkovic, que estreia como técnico no Sub-23. Responsabilizar Petkovic é fácil e errado na mesma medida. É preciso olhar para trás e para cima.
Para trás, vamos encontrar Arthur Bernardes. O técnico do Sub-23 do ano passado acabou recebendo mais crédito que o merecido pela campanha. O mérito principal está em ter encontrado uma fórmula tática que explorou duas grandes virtudes daquele elenco: poder de marcação e velocidade. Mas não foram poucas às vezes em que o Atlético teve de superar as intervenções do seu técnico para vencer. Alguém aí no fundão falou Marcos Guilherme de lateral-esquerdo? Pois é…
Depois do Paranaense, Arthur teve um semestre inteiro para preparar o time para o Paranaense deste ano. Fracassou. Tanto nas competições de base — o Atlético rodou na primeira fase do Brasileiro Sub-20 — como na preparação de um time competitivo para o Estadual. Logo no início, Petkovic demonstrou a surpresa com a baixa quilometragem da garoto.
Isso remete diretamente ao “olhar para cima”. Antonio Lopes gerencia o futebol do Atlético, o que engloba também o Sub-23. É muito culpa dele se os meninos que trabalharam um semestre inteiro com Arthur Bernardes chegaram com pouca quilometragem às mãos de Petkovic. E Lopes não ajuda nada a corrigir esse rumo tendo atitudes intempestivas como ficar berrando com Miguel Ángel Portugal nos jogos da Libertadores ou pagando de delegado na beira do campo, como no jogo com o Londrina.
Lopes tem uma história fantástica no futebol, mas está virando caricatura de si mesmo. Quando perceber e mudar esse cenário, terá condições de ajudar Petkovic a fazer o Paranaense de 2014 ser bom para o Atlético também nos resultados.
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