A diretoria do Coritiba prometeu a contratação de quatro a cinco jogadores para o Brasileiro. Reforços em condições de desbancar qualquer titular do elenco atual. Chegariam em condição de jogar. Nos últimos dez dias, o Coxa apresentou Sérgio Manoel, França e Ayrton, além de deixar muito bem encaminhada a aquisição de Chico. As quatro contratações, porém, não são o cumprimento da promessa de trazer jogadores prontos para entrar em campo como titular.
França até ano passado era zagueiro das categorias de base do Noroeste. Promovido, virou volante, adaptou-se bem à função e acabou se tornando um dos destaques do Norusca na Série A-2 do Paulista (o técnico é Amauri Knevitz, campeão paranaense de 2007 pelo Paranavaí). Com 21 anos, está muito mais para ser um jogador que vem concluir sua formação no Coritiba do que para ser solução para qualquer dificuldade. Está no mesmo estágio de Lima, Emerson Santos e Diego Alemão; não no mesmo estágio de Jackson, Lincoln e Renan Oliveira, por exemplo. Assim, a torcida deve demorar a vê-lo em campo.
Sérgio Manoel vem em um estágio mais avançado – tanto que já jogou e pode até ser titular contra o Paysandu. Segundo volante, 22 anos, atua na função que o Coritiba precisa e tem a idade que o clube tem buscado. Estava na mira de vários clubes paulistas. Portuguesa e Palmeiras chegaram a fazer proposta por ele. O Corinthians o incluiu em uma lista de possíveis substitutos para Ralf e Paulinho. Era um atleta cobiçado, mas ao mesmo tempo não tem o peso de “chegar e jogar”. Seu status inicial é muito mais parecido com o de Gil quando o Coritiba o trouxe da Ponte, ano passado. As circunstâncias aceleraram a entrada de Sérgio Manoel no time.
Ayrton foi um caso de necessidade. Jackson se arrebentou e o Coritiba precisava de um lateral-direito para ser reserva de Jonas (por sinal, também machucado). Ayrton é confiável e experiente. Um bom reserva.
Chico… A única justificativa para trazer Chico é que a oportunidade de negócio era boa: jogador experiente, contrato no fim. Tecnicamente Chico não é um primor. Seu forte ao cabeceio, mas por baixo ele sofre com adversários rápidos. Exerce duas funções em que o Coritiba tem opções de sobra: primeiro volante e zagueiro pelo lado esquerdo. Vai jogar (acredito que mais na zaga do que no meio) e certamente fará boas partidas. Mas se não estivesse no grupo, ninguém falaria: “Poxa, precisamos de um cara como o Chico”.
No geral, as contratações são válidas. Bons negócios não podem ser desperdiçados e ter um elenco numeroso ajuda em um calendário longo, com Brasileiro, Copa do Brasil e Sul-Americana. Mas nenhum deles é aquele jogador incontestável, que vem para ser titular. Portanto, o Coxa segue precisando com urgência de um lateral-esquerdo, um segundo volante e um centroavante. E que sejam reforços, não apenas contratações.