• Carregando...
Mogi-2013 e Luverdense-2012, dois modelos para o Paraná de Dado Cavalcanti
| Foto:

Dado Cavalcanti começa a trabalhar hoje, no Paraná, com o cartão de visitas da ótima campanha do Mogi Mirim no Paulistão. A credencial anterior, no Luverdense, também tem valor — título estadual e boa campanha na Série C. Dois times com esquemas táticos diferentes, mas com a mesma filosofia de “compactação e transição rápida para o ataque”, quesitos dos quais o treinador não abre mão. Vale a pena botar uma lupa nesses dois times e projetar como pode ser o Paraná de Dado Cavalcanti.

Mogi Mirim 2013


O time joga no 4-1-4-1. Na defesa, dois zagueiros altos, fortes na bola parada ofensiva e defensiva. Entre os laterais, o Roniery era o mais ofensivo, enquanto João Paulo, volante no ano passado, fica um pouco mais na defesa.

O eixo central do time é o meio-campo. Magal fica posicionado entre a defesa e meio-campo. Faz essa transição com bom passe e condução rápida de bola. É comum aparecer na área para finalizar como elemento-surpresa. Quando ele sob, Val guarda posição.

Na maioria das vezes, contudo, é Val quem comanda a ida do time ao ataque. É o grande nome do Sapão, com um futebol, na devida proporção, similar ao de Paulinho, do Corinthians. Wagner é o seu companheiro na parte de dentro da linha de meias. É um jogador mais de lançamento e especialista em bola parada.

Pelos lados do campo, o destro Roni cai pela direita e o canhoto Róger, pela esquerda. Aproveitam o pé trocado para cortar o marcador para dentro e finalizar. Em determinadas situações, trocam de lado.

Na frente, Henrique é o típico homem de referência. Aproveita as bolas levantadas pelos laterais e meias, além de fazer o pivô para quem chega como elemento-surpresa.

Paraná, versão Mogi Mirim


Mesmo com mais seis jogadores para chegar, o elenco paranista já tem peças que permitam a Dado Cavalcanti armar um Paraná à imagem e semelhança do Mogi semifinalista do Paulistão.

Anderson e Alex Alves são fortes no jogo aéreo. E Alex Alves tem a seu favor velocidade e saída de bola muito melhores que a da dupla do Sapão. Nas laterais, Roniery (contratação ainda a confirmar) pode ser novamente o lateral mais avançado, o mesmo vale para Edson Sitta, já contratado.

No meio-campo, Cambará é a peça talhada para se posicionar entre as duas linhas de quatro. Tem bom poder de marcação, excelente saída de bola e bom passe. Ricardo Conceição faria o papel de Val. Na verdade, pouco precisaria mudar no jeito de jogar. Ao lado dele, Lúcio Flávio – ou mesmo Fernando Gabriel, recém-contratado. São dois ótimos lançadores, peritos em bola parada.

Pelos lados do campo, as opções mais adequadas são Rubinho e Ronaldo Mendes. O canhoto Rubinho pelo lado direito; o destro Ronaldo Mendes pelo lado esquerdo. Ronaldo tem mais mobilidade como Roni; Rubinho cadencia um pouco mais o jogo como Róger. E outra: Rubinho já demonstrou no Paraná que funciona melhor quando não carrega o fardo da armação.

Na frente, uma bem-vinda diferença de estilo. Reinaldo tem muito mais mobilidade e inteligência tática que Henrique. O problema é contar com ele sempre. O Paraná busca pelo menos um atacante e chegou a cogitar o próprio Henrique. O caminho é esse, ter um homem de referência melhor que JJ Morales para substituir Reinaldo quando necessário.

Luverdense 2012


Esse é o Luverdense campeão mato-grossense do ano passado. O time que enfrentou o Paraná na primeira fase da Copa do Brasil. O desenho é um 4-4-2 clássico, com cinco duplas distribuídas pelo campo.

Na zaga, os altos Rafael Pedro (1,89m) e Alex Moraes (1,95, hoje no Operário) dividem a área, novamente tendo como virtude posicionamento e boa bola aérea. Nas laterais, Raul Prata apoiava o ataque bem mais do que Régis.

No meio-campo, Gilson e Dê fazem a dupla de volantes. Marcação forte combinada a qualidade na saída de bola. Os meias são Rubinho e Matheus, novamente mantendo a lógica de possibilitar a eles jogar com o pé trocado. Na frente, Rodrigo Paulista e Valdir Papel são jogadores de área com boa mobilidade. Nenhum dos dois chegava a ficar fixo na área adversária.

Paraná, versão Luverdense


Curiosamente, é uma formação que foi trabalhada por Toninho Cecílio na pré-temporada, mas acabou naufragando com a contusão de Rubinho. A defesa permanece no mesmo modelo da versão Mogi.

No meio-campo, Ricardo Conceição recua para atuar na mesma linha de Cambará. Lado a lado, ambos se alternam na saída de bola e na chegada ao ataque. Lúcio Flávio é o armador esquerdo, enquanto Rubinho fica pela direita (a questão dos pés trocados).

Na frente, a solução atual seria jogar com JJ Morales e Reinaldo. Longe de ser a ideal pela presença de Morales. Com um companheiro melhor, Reinaldo poderia render mais fora da área, como fez em boa parte da sua carreira. No Flamengo, por exemplo, fez dupla com Adriano, que ficava mais dentro da área enquanto Reinaldo rodava mais pelo ataque.

Qual a melhor opção?
Pelo elenco atual do Paraná, me parece mais adequado o 4-1-4-1. São várias e boas opções no meio-campo. Mesmo nessa formação, por exemplo, Fernando Gabriel ficaria de fora. Gilson, que acabou de chegar, também. Até me parece natural que Dado comece com essa formação e siga com ela até a parada da Copa das Confederações, quando terá o tempo necessário para moldar o time como quer ver em ação.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]