Coluna publicada na Gazeta do Povo impressa desta terça-feira
As articulações políticas na Vila Capanema indicam: não há nada de novo no front paranista. A última notícia é que Aquilino Romani volta à presidência para encerrar a sua administração e, apoiado pelo grupo político de José Carlos de Miranda, ser aclamado para mais um mandato. Não fosse triste, seria cômico a gestão de uma chapa chamada “Revolução Paranista” terminar dessa maneira.
Lembro-me com clareza do almoço de lançamento da “Revolução Paranista”, dois anos atrás, no mesmo salão de restaurante em que o Paraná havia sido idealizado, 20 anos antes. Quase todos os ex-presidentes do clube estavam ali, reunidos com a promessa de recolocar o Tricolor na senda de vitórias dos anos 90. Mas bastaram alguns questionamentos para ver que o grupo não sabia exatamente como cumprir tudo aquilo. No fim, sobraram apenas Aramis Tissot e Renato Trombini, que foram muito importantes na condução do Paraná neste biênio.
No dia da posse, uma matéria desta Gazeta do Povo assinada por André Pugliesi mostrava como a revolução havia morrido na casca. Da “nova” gestão, seis eram remanescentes da administração Aurival Correia; um do Professor Miranda II; quatro do Professor Miranda I. Agora, essa revolução que não existiu realinhasse com o grupo do qual ela derivou.
O resultado é que no biênio 2012/13 o Paraná será gerido praticamente pelo mesmo grupo que conduz o clube desde 2004. Sim, é o grupo que levou o Tricolor à Libertadores e encerrou o jejum de títulos estaduais. Mas é o grupo que trocou direitos federativos de jogadores por comida. Que loteou o time profissional e as categorias de base para empresários; que perdeu jogador por não recolhimento de FGTS. Que teve um presidente afastado por levar comissão em negociações (Miranda), outro que se afastou após vir à tona que sua empresa detém direitos econômicos de alguns jogadores. O grupo que levou o Paraná à Série B e não consegue tirá-lo de lá. O grupo que levou o Paraná à segundona estadual e precisou ser içado pelo TJD.
Não há nada que impeça Aquilino e sua base de fazerem uma gestão histórica no Paraná, mesmo que seu currículo recomende evitar qualquer entusiasmo. Mas eles precisam ter ciência de que o Tricolor está no buraco muito por causa deles e tirar o clube de lá nada mais será que cumprir obrigação.
Fica, Macuglia
Como o rebaixamento é um risco cada vez menor, o Paraná pode começar a se preparar para 2012. Um bom ponto de partida é renovar com Guilherme Macuglia. O técnico tem histórico de ser bom formador de equipes, vide o Coritiba de 2007 e o Guaratinguetá de 2009. Com tempo e um bom suporte, pode fazer as avaliações necessárias do elenco atual e sugerir reforços visando à Série B. Por mais que haja um impacto financeiro na divisão estadual que o clube for disputar, adiar o planejamento de 2012 por causa do caso Rio Branco é pedir para entrar 2013 fora da elite nacional.
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