Se o Campeonato Paranaense é a última etapa do processo de formação do elenco atleticano, o Atletiba de ontem, na Vila Olímpica, foi a formatura da turma. Uma festa de arromba, com baile e tudo. Escrevi sobre o clássico na Esportiva de hoje. Faço aqui mais alguns destaques necessários da partida.
– Os dois times tinham uma proposta bem clara para o jogo; no Atlético, marcação forte e velocidade; no Coritiba, posse de bola e troca de passes;
– A proposta do Atlético funcionou melhor por dois motivos: era mais adaptável ao péssimo gramado e Atlético entrou, desde início, com espírito de Atletiba;
– O Coritiba não se esforçou um milímetro para mudar sua maneira de jogar. Teve, é verdade, seu melhor momento atuando dessa forma, mas acabou sendo exceção dentro do jogo. A impressão nítida no estádio era de o Atlético jogava uma final de campeonato e o Coritiba, uma partida qualquer;
– Zezinho fez um dos seus melhores jogos pelo Atlético. Coordenou a atuação do meio-campo rubro-negro, levou o time ao ataque, começou e terminou a jogada do seu gol e demonstrou boa malandragem em duas cobranças de falta no primeiro tempo. Em uma, soltou um foguete que carimbou Willian e quase entrou. Na outra, fez a bola quicar no gramado antes de chegar a Vanderlei, que espalmou com dificuldade;
– Só Rafinha jogou no Coritiba. Aberto pela esquerda, foi a única arma ofensiva do Coxa e a única preocupação defensiva do Atlético. As três únicas chances alviverdes até o gol tiveram o carimbo de Rafinha: a finalização defendida por Santos, a tabela com Zé Rafael abafada pelo goleiro atleticano e o cruzamento que Deivid escorou e Alex finalizou mal;
– Edigar Júnio reencontrou o futebol do bom início de temporada em 2012. Da partida com o Toledo para cá, tem sido extremamente útil. Dificilmente terá chance no grupo principal, mas sairá do campeonato valorizado para um empréstimo no Brasileiro;
– Já falei e escrevi isso várias vezes, mas é necessário repetir: todo jogo Escudero faz ao menos uma grande barbeiragem. A de ontem foi o sumário de uma passagem catastrófica pelo Alto da Glória. Escudero é ruim e como diz Otacílio Gonçalves, jogador ruim no elenco é um perigo, pois uma hora ele joga. E Escudero está sempre jogando;
– Renan Foguinho foi monstruoso na marcação. Anulou duas armas poderosas do Coritiba. No chão, marcou Alex de maneira limpa e precisa. No alto, ganhou todas as bolas erguidas em busca de Escudero e Leandro Almeida;
– Alex fez seu pior jogo pelo Coritiba. O gol perdido no primeiro tempo e a cabeça baixa após mandar a bola na gaveta de Santos simbolizam sua atuação e seu espírito;
– Santos é o melhor goleiro do campeonato e de todas as categorias do Atlético. Tem de sair do Paranaense direto para a camisa 1 rubro-negra no Brasileiro e Copa do Brasil;
– Deivid falou, após o jogo, que o Atletiba era a chance da vida dos meninos do Atlético, enquanto o Coritiba estava arrumando o time para o Brasileiro. Desculpa cômoda, que permite concluir que o Coritiba não tratou o Atletiba com a devida importância. Duvido que isso tenha acontecido. Mas se aconteceu, a derrota foi ainda mais merecida;
– Arthur Bernardes atrapalhou o Atlético em vários jogos, mas ontem seu trabalho foi primoroso;
– Marquinhos Santos se irritou com uma série de pedaladas de Hernani para cima de Victor Ferraz no primeiro tempo, quando o Atlético já vencia por 1 a 0. Bobagem. Hernani usou a pedalada como recurso técnico para ganhar a jogada e ir em direção ao gol. No mais, sou da seguinte opinião: não quer tomar pedalada do adversário, ganha o jogo;
– Jogadores revelados, passeio sobre o rival, vantagem na briga pelo título do turno. O Paranaense já valeu para o Atlético, mas é claro que os meninos querem mais. O Atlético está voando e o Operário sofre para vencer em casa. Vencer no Germano Krüger e ir à final é mais do que possível, é o caminho lógico para o Furacão;
– O jogo do Londrina não vale nada para o Coritiba. Com viagem à Paraíba e início da decisão do Estadual na semana que vem, a lógica recomenda a Marquinhos Santos poupar titulares no domingo. Para a decisão, seja contra quem for, o Coritiba terá de jogar o que não jogou nos jogos mais duros do Paranaense. Nos dois Paratibas, em Londrina e ontem o Coxa foi inferior ao adversário. No Atletiba do primeiro turno, venceu, mas apresentou pouco. Para ser campeão, não basta;
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Arremate: a vitória do Atlético ontem, com sub-23 e domínio pleno da partida, supera com muita folga no quesito humilhação o 1 a 0 do Brasileiro de 2005, com time reserva, na Arena.
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ATUALIZAÇÃO DAS 14H47
Se juiz bom é o que não aparece, Adriano Milczvski está de parabéns. Foi invisível no Atletiba. Preciso na parte técnica e disciplinar. Não gosto de Milczvski apitando. A tendência dele é sempre amarrar o jogo. Mas em Atletiba ele se transforma. Foi assim na final do ano passado, foi assim ontem. Milczvski cria uma casca indispensável para um árbitro apitar clássicos. Ponto pra ele.
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