O Paraná já tem um candidato a presidente para o biênio 2012/ 2013: Ivan Ravedutti, pela oposição.
Não sou defensor do pensamento único nem sou daqueles que acham o bate-chapa ruim. Pelo contrário. Qualquer debate sempre é bem-vindo e o Paraná precisa, sim, ser discutido. Não há momento melhor para isso do que uma eleição. O consenso deve haver após a votação, com todos trabalhando pelo crescimento do clube. Forçar a chapa-única é, invariavelmente antidemocrático.
Pelas primeiras informações, Ravedutti tem duas bases sólidas de apoio. Uma é o Paranautas, site de torcedores paranistas. A conclusão lógica é que haverá uma campanha massiva na internet, com as propostas circulando pela rede a todo o momento, o que é uma ótima ferramenta. Só espero que não se repita o que está acontecendo na eleição do Atlético, em que há um forte patrulhamento ideológico, além da proliferação de perfis falsos e anônimos mais preocupados em atacar do que em debater.
A outra base (essa ainda não oficial) é a organizada Fúria Independente e quem me acompanha há mais tempo já imagina o que vou escrever. Há exemplos aos montes por todo o Brasil e no exterior do quanto é nocivo dar poder às facções. Coritiba, Flamengo, Corinthians, Palmeiras e River Plate são alguns exemplos que vêm à mente de forma quase instantânea. Todos sofreram ou sofrem por dar espaço demais a organizações em que, infelizmente, a violência e a coação fazem parte do DNA. A Fúria não é exceção, vide episódios ao longo dos últimos anos, sempre com a justificativa torta de “fazer as pessoas respeitarem o clube”.
Ravedutti terá tempo e espaço para expor suas ideias, que podem, até, ser a chave para resolver os muitos problemas do Paraná. Mas o começo é preocupante. Se unir-se a empresários é abraçar-se com o diabo, a história mostra que associar-se a torcida organizada é beijar a própria morte.