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A maneira como tratei aqui no blog o fato de o Coritiba ter feito pagamentos a seis técnicos diferentes em 2011 causou críticas e mal-entendidos nos comentários. Por isso retomo o assunto.

A informação é trecho da minha coluna de ontem na Gazeta do Povo impressa, disponível também aqui no portal. Geralmente ponho a coluna inteira, mas a abertura deste texto era sobre o Renato Gaúcho, algo que já havia comentado aqui no blog, e o pé sobre seleção brasileira, que foge do tema central aqui do Bola no Corpo.

Em uma coluna com espaço delimitado, como uma parte secundária, justifica-se estar sem maiores detalhes, Aqui, com espaço infinito e como o único tema do post, não. Erro meu.

Não é vergonha o Coritiba fazer pagamento a seis técnicos diferentes em um ano, sendo que usa apenas um deles. Vergonha é demitir um técnico em 2006 e mandá-lo buscar seus direitos na Justiça ao invés de pagar a rescisão. Vergonha é não pagar a premiação de um técnico que lhe garantiu um título e um acesso. Vergonha é ficar devendo para um treinador que lhe deu um título estadual na casa do rival e ainda proporcionou uma reestreia sem sustos na Série A. Honrar dívidas do clube, mesmo que tenham sido feitas em outras gestões, não é vergonha, é o correto.

O que o Coritiba tem feito é notável não só pela recuperação rápida e consistente dentro de campo. É notável porque o clube está quitando suas dívidas, colocando suas contas em ordem, algo raro no futebol brasileiro, e ainda assim investindo em time e patrimônio. E que se torna mais notável, por exemplo, em um clube que tem desde março seu repasse de receita do Clube dos 13 obstruído para quitar um adiantamento feito ano passado, quando o Coxa não tinha sócios nem jogos em seu estádio para aumentar sua receita.

Só neste bloqueio já são R$ 8 milhões que deixaram de entrar na conta do Coritiba. E mesmo assim o clube tem honrado seus compromissos presentes e os esqueletos encalhados no armário.

Outro bom exemplo de como o Coritiba tem lidado com suas contas é o destino dado aos milhões de adiantamento do novo contrato com a Rede Globo. Enquanto vários clubes têm torrado este dinheiro com reforços (alguns de qualidade duvidosa) e aumentos salariais irresponsáveis, o Coritiba tem destinado esse extra a pagar contas. Algumas renegociadas, como o débito do clube com a Receita, parcelado em dez anos.

O trecho que escrevi na coluna e reproduzi aqui no post trata exclusivamente disso. De mostrar que o Coritiba só não tem um ascensão recente mais notável porque tem de lidar com essas heranças – e ainda assim não foge do pau, lida com elas com responsabilidade.

Também vi nos comentários um pedido para que eu citasse a fonte da informação. Como ninguém tem obrigação de conhecer a prática jornalística, explico. Há informações passadas abertamente, em entrevistas, e outras em conversas mais informais, em off como é chamado por nós, maletas sem alça da imprensa.

Quando entrevisto alguém, cito abertamente. Fiz recentemente com o Vilson Ribeiro de Andrade, o Marcos Malucelli e o Vladimir Carvalho. Quando é conversa, publico as informações possíveis e procedentes, mas resguardo a fonte. É direito do jornalista e uma proteção à fonte. Mas, como sempre faço, só escrevi porque confio plenamente na fonte e sei que não serei desmentido porque a informação é verdadeira.

Alguns também questionaram sobre dívidas dos outros clubes. Estou atento a isso e, quando tiver algo para contar, ponho aqui. Só não vou ficar dando chute ou escrevendo de orelhada.

É isso, moçada. Espero ter deixado clara essa história, algo que, de fato, poderia ter feito já no post lá atrás. Acho que assim todos tem subsídio para avaliar melhor a informação. E asseguro que, sempre que tiver alguma notícia que eu considere bacana compartilhar com vocês, farei. O compromisso de qualquer jornalista é com a informação, seja boa ou ruim. E esse sempre foi e será o compromisso aqui no Bola no Corpo.

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