Bem, lá vou escrever novamente sobre um jogo que nem eu nem vocês assistimos (alguém presente em Manaus? Alguém?), então a análise do 0 a 0 contra o Nacional, em Manaus, será breve. Me chamou atenção o discurso de vários jogadores, reclamando do gramado ruim, do calor, do Naça tratar o jogo como o mais importante do ano, do adversário fechado etc.
Ok, todas as reclamações fazem sentido, mas esse não é o combo básico de qualquer jogo como visitante? Não foi a incapacidade de superar essas dificuldades que fez do Coritiba um gatinho manso quase todas as vezes que saiu do Couto Pereira no Brasileiro do ano passado? Aprender a jogar e vencer em condições adversas é o que fará o Coxa chegar a algum lugar em 2012. E, convenhamos, tomar sufoco e empatar com o Nacional de Manaus mostra que o time ainda precisa evoluir muito.
Marcelo Oliveira mostrou saber disso. Reclamou de erros infantis e admitiu que o time tem sido muito inconstante. É notório que o Coritiba deveria estrear mais pronto na Copa do Brasil. Reconhecer o problema é um bom começo, agora precisa resolvê-lo.
Marcel foi mal outra vez e está claro que seus dias como titular estão contados. Anderson Aquino e Roberto tiveram pré-temporadas curtas, justificou o treinador, precisam de ritmo. Quem adquirir esse ritmo primeiro vira titular. Os dois? Não acredito. Rafinha e Lincoln são intocáveis e Marcelo parece convencido de que o sistema de três volantes dá segurança à equipe, tanto que não desmanchou o tripé em momento algum em Manaus. Com Tcheco no vértice mais alto desse triângulo ou com Gil jogando bem, a tendência é o Coritiba ser mais ofensivo mesmo com o trio.
Para os torcedores que sentem saudade do time de 2011, uma conclusão é inevitável: será impossível espelhar aquela formação com o elenco atual. Por isso Marcelo Oliveira está procurando uma nova estrutura. Pode ser essa com três volantes e sem centroavante fixo, pode ser qualquer outra. Mas, como bem definiu o camarada Cristian Toledo via MSN, ele precisa testar com paciência, senão fica sem qualquer time.
Sobre o duelo de volta, vale o alerta do Jackson após a partida: o 0 a 0 deixa o confronto de volta muito perigoso, pois o Coritiba entra obrigado a vencer e qualquer gol sofrido dificultará muito a missão.