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Bill comemora o gol mais polêmico da semana no futebol brasileiro. (Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo)
Bill comemora o gol mais polêmico da semana no futebol brasileiro. (Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo)| Foto:
Bill comemora o gol mais polêmico da semana no futebol brasileiro. (Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo)

Bill comemora o gol mais polêmico da semana no futebol brasileiro. (Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo)

Alertado por alguns de vocês, fui ler o que o Leonardo Gaciba escreveu sobre o gol do Bill. Afinal, me vali de uma publicação dele para, juntamente com a regra, sustentar a legalidade do gol. O Gaciba traz um elemento importante, também da nova recomendação da Fifa, que é a disputa da bola pelo jogador em posição de impedimento. Um elemento que exige uma mudança profunda na abordagem do post. Como o título indica, a avaliação anterior do blog estava errada. Então, refaço o texto, exposto logo abaixo. A conclusão, obviamente, é outra. Segue a versão atualizada às 22h35 de sexta-feira, 16 de agosto de 2013.

O lance da semana no futebol brasileiro é o gol de Bill, que determinou o empate entre Coritiba e Portuguesa. É o primeiro caso de gol a que se aplicam as novas emendas à regra do jogo, anunciadas pela Fifa no primeiro semestre. São duas novas interpretações sobre o impedimento. O cruzamento das duas indica o erro do assistente no lance.

Antes de mais nada, vamos ao lance. O principal da jogada é: 1) Emerson finaliza; 2) A bola bate em Valdomiro, que tenta travar o chute; 3) Valdomiro se levanta e chuta a bola em direção a Bill; 4) A bola bate em Bill e entra; 5) Quando Emerson chuta, Bill tem somente o goleiro entre a linha dele a linha de fundo, ou seja, posição de impedimento; 6) Quando Valdomiro chuta a bola em Bill, ainda há apenas o goleiro entre a linha de Bill e a linha de fundo; 7) Bill movimenta a perna direita para travar o curso da bola.

Nesse lance, se aplicam as duas novas recomendações, sobre o que significa o atacante “ganhar vantagem da posição” e “interferir no adversário”.

Começo por “ganhar vantagem da posição”.

O texto válido até 30 de junho deste ano dizia o seguinte: “Significa jogar um bola que rebota da trave ou travessão depois de ter estado em posição de impedimento, ou jogar uma bola que rebota em um adversário depois de ter estado em posição de impedimento”.

Como isso se aplicaria no lance de Bill, caso o jogo tivesse sido realizado até 30 de junho? O gol seria irregular, pois a condição de Bill válida para a jogada seria aquela no momento do chute de Emerson. Eliminam-se da interpretação os toques dos jogadores da Lusa.

De 1º de julho para cá vale o seguinte texto sobre ganhar vantagem da posição: “Um jogador em posição de impedimento que recebe a bola de um adversário que deliberadamente joga a bola, com a exceção de uma parada deliberada, não se considera que tenha tirado vantagem da posição”.

Como isso se aplica no lance de Bill? Valdomiro tem dois contatos com a bola. No primeiro, involuntário, a bola chutada por Emerson bate nele. Se a bola vai diretamente para Bill, é impedimento. Mas a bola não vai diretamente para Bill. Valdomiro, deliberadamente, chuta a bola para tirá-la da área. Se Bill ficasse parado, a bola batesse nele e entrasse, o gol seria legalíssimo. Mas, não é o que acontece. Há o movimento da perna direita de Bill, que evoca o conceito de “interferir no adversário”.

O texto válido até 30 de junho dizia o seguinte: “Interferindo em um adversário significa impedir que um adversário jogue ou possa jogar a bola, obstruindo o campo de visão do adversário”. Uma norma vaga, que daria muita margem à interpretação. A posição de Bill obstrui a visão de Valdomiro? Creio que não. Daria gol. Mas não haveria muito argumento para contestar quem observasse o contrário.

Acontece que o novo texto traz um elemento decisivo: “Interferindo em um adversário significa impedir que um adversário jogue ou possa jogar a bola, obstruindo claramente o campo visual do adversário ou disputando a bola com ele”. Não há dúvida de que Bill, a partir de uma posição de impedimento, disputa o lance. Gol ilegal. E seria ilegal nos dois textos. A diferença é que no texto antigo, seria impedimento pela posição dele. No atual, por participar da disputa de bola.

A CBF, preguiçosa por natureza, publicou a recomendação em espanhol no seu site. O material pode ser lido aqui. Na volta do Brasileirão, Leonardo Gaciba, comentarista de arbitragem da Globo, fez uma ótima e embasada exposição sobre o tema. Como igualmente boa é a postagem sobre o gol do Bill em si, deixando mais claro ainda que o blogueiro (eu, não ele) errou na análise anterior e por isso está corrigindo.

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