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O jogo do Atlético casa melhor com a Copa do Brasil que o do Coritiba

Henry Milléo/ Gazeta do Povo
Marcão, artilheiro do Atlético de Drubscky como visitante, na Série B do ano passado: 7 gols de um total de 23.

A Copa do Brasil abre hoje sua edição 2013 com novo formato, mas preservando algumas características que sempre vão acompanhar torneios mata-mata. A necessidade de manter-se ligado o maior tempo possível dos 180 minutos de cada fase e o peso do gol fora de casa criam uma condição única, em que ser mais eficiente vale mais do que ter o melhor time.

Esse é um cenário favorável ao Atlético, que carrega base e estilo de jogo bem marcantes da temporada passada. Lembre do Atlético de Drubscky na Série B: um time que mantinha a bola em seu pé por mais tempo que o adversário, atacava em velocidade e, algo que vale ouro na Copa do Brasil, sempre fazia pelo menos um gol como visitante. Aos números…

Com Drubscky, o Atlético atuou 11 vezes como visitante na Bezona. Venceu sete jogos, empatou dois e perdeu dois. Saiu zerado apenas de Criciúma, um empate com sabor de vitória na antepenúltima rodada da competição. Mesmo quando perdeu — Goiás e Bragantino –, foi por diferença mínima e sempre marcando gol. Além do Goiás (2 x 3), marcou mais de uma vez contra América-RN (2 x 0), Paraná (2 x 1), Barueri (6 x 0), Vitória (2 x 0), São Caetano (3 x 1) e ASA (3 x 2). Um retrospecto respeitável para quem pode decidir classificações no gol fora de casa.

O Coritiba sabe bem como faz falta esse desempenho em território inimigo. Nas duas últimas decisões de Copa do Brasil, acabou vice-campeão por não conseguir reverter no Couto a desvantagem carregada do primeiro jogo, como visitante, em que não foi capaz de marcar um gol sequer. Na campanha inteira do ano passado, então, só fez um gol longe do Alto da Glória, na vitória por 1 a 0 sobre o Paysandu.

É outro retrospecto, porém, que mais deve preocupar o Coxa: o hábito do time de tomar gol no início e no fim dos jogos. De 29 gols sofridos pelo Coritiba sob o comando de Marquinhos Santos, 16 foram antes dos 15 minutos do primeiro tempo ou após os 30 minutos do segundo tempo. São 8 gols em cada um desses períodos. Abaixo, o comparativo por faixa de tempo deixa mais evidente essa disparidade.

Gols sofridos até os 15/1º – 8 Gols sofridos entre os 16/1º e os 30/1º – 3 Gols sofridos entre os 31/1º e o intervalo – 2 Gols sofridos até os 15/2º – 4 Gols sofridos entre os 16/2º e os 30/2º – 4 Gols sofridos entre os 31/1º e o apito final – 8

Invariavelmente, esses gols precoces e tardios são resultado de desatenção. Seja sonolência de quem ainda não entrou no jogo, seja tirada de pé de quem já está com a partida ganha. Em um campeonato de pontos corridos, o prejuízo é apenas no saldo, terceiro critério para definir a classificação. Em um mata-mata, acaba sendo a diferença entre passar de fase e ficar pelo caminho.

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Há um elemento na análise acima que eu deliberadamente deixei para tratar separado: a falta de ritmo de competição do Atlético. Pesará hoje, em Pelotas? Sim, mas dificilmente em uma dose capaz de provocar uma eliminação precoce. Há dois fatores que ajudam o Furacão: a manutenção da base/ estilo de jogo do ano passado e a fragilidade do adversário, um time da segunda divisão gaúcha com apenas duas partidas oficiais na temporada.

Mesmo com uma pré-temporada exageradamente grande, o time principal do Atlético tem ótimas possibilidades de assegurar, hoje mesmo, sua vaga na próxima fase do torneio. Para isso, precisa vencer por dois gols de diferença, algo que já fez em 1997 (contra o CSA), 1999 (Sampaio Corrêa), 2006 (Moto Club), 2007 (Coxim) e 2009 (Tocantins).

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