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Atletiba em dois momentos distintos: os rubro-negros lamentam a desvantagem da perda do pênalti de Guerrón…

O gramado do Couto Pereira tem 109 metros de comprimento. Considerando que a marca do pênalti está a 11 metros do gol, cada jogador percorreu 43,5 metros a partir do centro do campo até executar sua cobrança no Atletiba de domingo. Dez caminhadas longas e penosas antes de escrever as últimas linhas do PR12.

Sempre tive curiosidade de imaginar o que passa pela cabeça do jogador na caminhada antes de cobrar um pênalti decisivo. Dunga deu um depoimento muito bom sobre o seu pênalti na final da Copa de 94, dizendo o caminho até a marca da cal parecia ser de quilômetros e que ele simplesmente não ouvia o som do público de mais de 100 mil pessoas no estádio. Particularmente, acho que o filme Os Últimos Passos de um Homem é um retrato mais fiel, com a diferença de que não há uma freira a postos para dar auxílio ao condenado – digo, cobrador.

Domingo, foram nove cobradores e um condenado. E o Bola no Corpo traz com exclusividade o que passou na cabeça de cada um deles antes – e até depois – de ajeitar a bola na cal. Confiram!

Alan Bahia
– Cadê o Édson Bastos para eu meter a paradona nele?
– O pagode vai ser nervoso se a gente ganhar esse título.
– Se não ganhar também, foi nos pênaltis. Rola um pagode do mesmo jeito.
– Saudade da paradona.
– Pataquepa… gol!
– Mantém a pose! Mantém a pose! Provoca a torcida.

Lincoln
– Será que o gado pastou direitinho lá em Minas? Vou vender umas cabeças.
– Tô precisando dar um tapa no cabelo.
– Será que a gola da camisa tá levantada direitinho?
– Dez anos de Europa, alguém acha que eu vou perder pênalti em final?
– Eu avisei…
– Moral com a torcida! Moral com a torcida! Morde o escudo! Morde o escudo!

Deivid
– Ainda bem que o Alan entrou. Se eu precisasse cobrir o Renan por 90 minutos, não ia ter perna para bater pênalti.
– Imagina o cara que jogou do lado do Júnior Urso.

Roberto
– Certeza que se eu fizer amanhã tô na capa do site da L.A.

Zezinho
– Será que tem algum olheiro do Arsenal vendo o jogo?
– Se a gente for campeão, vou armar uma twitcam na concentração.
– Pensando bem, melhor desistir da twitcam. Se o Vinícius participar, periga chamarem ele de mão de alface.

Júnior Urso
– Estranho a torcida gritando o meu nome sem ser para me xingar.
– Acho que eu consigo tocar a bola para um companheiro a 2 metros de mim.
– Ih, rapaz, não tem mais ninguém?
– Já sei. Vou mirar no goleiro e chutar. Ele cai para o canto e a bola entra no meio.
– Mira no goleiro, mira no goleiro, mira no goleiro…
– Fu… Ufa! Amém, Jesus!

Guerrón
– Tentar matar essa porra aí!
– Miércoles!

Éverton Costa
– Nunca foi tão fácil chegar a uma final de campeonato.
– Será que o meu cabelo tá bem preso?
– Foi difícil desenhar o cavanhaque. Será que tá aparecendo bem na TV?

Ligüera
– Não sei por que reclamam tanto do Profe. Ele nem improvisou um atacante no gol para a disputa de pênaltis…

Éverton Ribeiro
– Será que se eu der cavadinha e acertar vão me chamar de Loco Éverton?
– Deixa pra lá, final de campeonato. Melhor não inventar.
– Loco Éverton… Loco Éverton… Loco Éverton… Gostei.
– Vou dar um canudo no meio do gol.
– Loco Éverton… Loco Éverton… Loco Éverton… Não!
– Se eu der na trave e ela entrar, será que cada jogador me paga cinquentinha?
– E aí, pessoal, quem vai pagar cinquentinha?

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Este é um post de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidência

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Roteiro adaptado a partir da obra do grande Ricardo Henriques, o Calhau.

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