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O Paraná está no caminho certo. Mas ainda há muito a ser feito

Paraná estreia patrocínio da Caixa no clássico: derrota em campo, vitória histórica fora dele. (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo) (Foto: )
Paraná estreia patrocínio da Caixa no clássico: derrota em campo, vitória histórica fora dele. (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)

Paraná estreia patrocínio da Caixa no clássico: derrota em campo, vitória histórica fora dele. (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)

Obviamente o título acima não se refere ao desempenho tricolor dentro de campo. O balanço das três primeiras rodadas é preocupante, mas Milton Mendes merece pelo menos mais duas rodadas de crédito para começar a ter o seu trabalho avaliado.

 

A questão é fora de campo e passa diretamente pelo patrocínio da Caixa Econômica Federal, estreado no Paratiba de domingo. É consequência de uma escolha necessária e arriscada feita pela diretoria ano passado, de deixar a sede do Tarumã ir a leilão.

 

Era necessária porque o Paraná precisava gerar receita para pagar suas dívidas e reduzir custos. Era arriscada porque entre ter dinheiro em caixa para pagar dívidas e efetivamente pagar essas dívidas há uma distância proporcional à responsabilidade dos dirigentes. No melhor cenário, o Paraná pagaria as dívidas mais urgentes e começaria vida nova. No pior, torraria o dinheiro em outras coisas, faria mais dívidas e teria um patrimônio a menos.

 

As notícias desse início de ano indicam que o Paraná tomou o primeiro caminho. O clube obteve as certidões negativas de débito necessárias para voltar a fazer parceria com o poder público. Na mesma semana, aprovou projeto de R$ 1,5 milhão no Ministério do Esporte, via Lei de Incentivo, e assinou patrocínio com a Caixa. Entre fevereiro e março, anuncia novo e mais vantajoso contrato de fornecimento de material esportivo, provavelmente com a Kappa.

 

Paralelamente a tudo isso, toca o processo de troca de estádio, uma triangulação com União e prefeitura de Curitiba. Um processo complexo, mas que de uma tacada só dará fim à novelesca batalha jurídica com a União pelo terreno da Vila Capanema e entregará ao Tricolor um estádio novo, no Boqueirão, com grande potencial de faturamento. Pela complexidade, tudo deve ser conduzido com cuidado: a extinção da ação, os prazos de saída da Vila Capanema e recebimento da nova Vila Olímpica, o pacote de contrapartidas ao município por receber um estádio feito com dinheiro público (sim, paranista, você passará a ver Paraná, contrapartida, estádio e dinheiro público com frequência na mesma frase, e em tom de cobrança. É do jogo).

 

A lista não para por aí. Nos próximos meses o clube deve concluir o ajuste da sua estrutura administrativa. O Paraná ainda precisa se tornar mais independente de empresários na formação do seu elenco profissional (ontem foi a LA, hoje é a Amaral Sports, amanhã tem de acabar). Também incrementar o funcionamento do Ninho da Gralha, a verdadeira mina de ouro do clube. Buscar maneiras de ser competitivo em um mercado onde hoje o Tricolor é a terceira força, ainda distante das duas maiores. E potencializar todo esse processo com o retorno à Primeira Divisão.

A transformação só é ampla assim porque o clube enfrentou anos de má administração. A reconstrução é sempre mais demorada que a degradação. Mas a boa notícia é que, depois de muito tempo, dá para dizer que o Paraná está no caminho certo.

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