A constatação é imediata após uma rápida olhada no elenco do Atlético: o clube tem um número enorme de meias e atacantes. Ok, a temporada é longa, a decisão de usar o sub-23 no Paranaense enquanto o grupo principal treina exige uma gama maior de opções, mas o excesso evidente. E tem mais gente para chegar. Parece claro que o clube, quando o sub-23 voltar à rotina de treinos e amistosos contra os laranjas mecânicas da vida, terá de por gente na estrada. E aí: quem joga? Quem fica? Quem merece pegar um Penha¹? Vamos às opções.
Meias
Elias — Camisa 10 e peça decisiva em vários jogos da Série B, tem de ficar. Mas precisará ralar para manter a titularidade. Se ano passado a sombra se resumia a Paulo Baier, o congestionamento do setor em 2013 exigirá um Elias sempre ligado. A tendência é time e jogador saírem ganhando com essa concorrência.
Everton — A melhor contratação do Atlético até aqui. Boa sacada da diretoria, que foi buscá-lo no México, onde estava totalmente fora do radar. Ganhou posição na Marbella Cup e dificilmente sairá do time. É o substituto de Henrique, com um enorme ganho técnico.
Felipe — Joga pelo meio e pelos lados do campo, o que conta pontos com Ricardo Drubscky. Mas tem o péssimo hábito de apagar durante os jogos. Em um ambiente com opções restritas, esse pecado até passa. Em um elenco inchado, pode ser fatal. Candidato a não terminar o ano no Caju.
Fran Mérida — O despontar de Césc Fàbregas no Arsenal desencadeou uma corrida inglesa à cantera dos clubes espanhóis. Liverpool e Arsenal lideraram o movimento, que fez Fran Mérida parar nos Gunners. Nunca emplacou em Londres nem no Atlético de Madri, para onde foi depois. Canhoto, joga tanto aberto pela esquerda como centralizado, na função de Elias. Pelo histórico, é candidato a parar logo no sub-23.
Ligüera — Herança de Juan Carrasco, o uruguaio é quem mais deve perder com a superpopulação de meias. Se ano passado já tinha pouco espaço, neste, então, deve aparecer menos ainda no banco de reservas, principalmente se for confirmada a chegada de outros estrangeiros. Se pintar um negócio interessante, vai embora.
Maranhão — Outro canhoto que joga aberto. Diante da superpopulação no setor, já ganha espaço como reserva de Pedro Botelho na lateral. É mais fácil jogar ali do que no meio.
Paulo Baier — Ver Paulo Baier em campo deve ser algo raro em 2013. Se ano passado o que o empurrava para o banco era a questão física, neste deve ser a concorrência. No momento, briga com Felipe e Ligüera para ser o imediato de Elias.
Marcos Guilherme — Garoto, ainda com poucas chances no Paranaense, vai passar o ano no sub-23.
Zezinho — Deve ser um dos poucos a se salvar do Paranaense. O que pode significar tanto a chance de tentar arrumar espaço na equipe principal como conseguir uma transferência. Se ficar, o melhor caminho é colocar-se como reserva de João Paulo.
Harrison — Transita há um ano entre o sub-23 e o time principal. Demonstra dificuldade de evoluir. Pior, parece ter retrocedido. Não terá espaço no elenco principal. Para o seu desenvolvimento, melhor ser emprestado do que passar mais um período treinando no sub-23.
Bruno Pelissari e Willian Sotto — Frequentadores do banco no sub-23, devem passar mais uma temporada no departamento de formação.
Gio Moreno — Mais recente especulação no sigiloso mercado rubro-negro, seria uma contratação espetacular. Brilhou no Racing entre 2010 e 2012, conquistou lugar cativo na seleção colombiana e foi ganhar dinheiro na China. Joga como armador central, com um estilo muito próximo ao de Montillo. Se vier, põe Elias no banco sem muita dificuldade.
Atacantes
Bruno Furlán — Recuperando-se de lesão, o melhor para ele é ser emprestado quando puder voltar a jogar.
Ciro — Da mesma forma que o ótimo início no Sport recomenda sua utilização, a passagem apagadíssima pelo Flu é de deixar com o pé atrás. Jogando bem, disputa posição com Marcelo — e com boas chances de ser titular.
Éderson — Amadureceu bastante com a passagem pelo ABC e ganhou versatilidade. Pode ser centroavante, atacante pelo lado do campo e meia. Essa capacidade de exercer várias funções deve fazer dele um dos reservas mais ativos na Copa do Brasil e no Brasileiro.
Edigar Júnio, Pablo e Ricardinho — É hora de emprestá-los. No Atlético, definitivamente, não conseguem dar certo.
Fernandão — O Atlético abriu mão de emprestá-lo ao Mogi no Paulistão. Precisa livrar-se dele até o Brasileiro. Como bem diria Otacílio Gonçalves, não dá para ter jogador ruim no elenco, pois uma hora o titular machuca, o reserva está suspenso e só sobra o perna de pau.
Tiago Adan — Caso semelhante ao de Fernandão. Hora de emprestá-lo a algum clube.
Júnior de Barros — Outro a se salvar no Paranaense. Merece a promoção ao elenco principal.
Marcão — Não é brilhante, mas é eficiente. Tem lugar cativo no time principal, mas é recomendável o Atlético buscar um 9 para disputar posição com ele.
Marcelo — Titular absoluto, precisa confirmar que 2012 não foi um ano de exceção na sua trajetória dentro do Atlético.
Taiberson — Parece fadado a emplacar mais um período no sub-23. Sò ganha espaço no grupo principal se houver uma limpa no elenco.
Lucas Dantas — Ainda não justificou a renovação do contrato, que expira em 30 de abril.
Douglas Coutinho e Gustavo Marmentini — Precisam de mais um tempo no departamento de formação.
Sebastián Jaime — A especulação da hora para o ataque. No Unión Española, o argentino atua pelo lado esquerdo, com total liberdade para entrar na área e se juntar a Emanuel Herrera, o 9 do time. Pode, perfeitamente, ser a sombra de Marcão.
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Conclusão: embora tenha mais opções (15 x 12), o ataque é nitidamente carente. A maioria dos jogadores está crua ou comprovadamente não funciona no Atlético. A vinda de Jaime melhora o cenário, mas seria bem-vinda a chegada de pelo menos outra opção com status de titular. No meio a concorrência é mais feroz, o que reduz a possibilidade de os garotos ganharem espaço e deve obrigar antigos titulares a buscar outros clubes.
E vocês, o que dizem?