Texto publicado na Gazeta do Povo impressa desta sexta-feira.
Com a temporada perto do fim, volta à tona a aposentadoria de Tcheco, anunciada pelo próprio jogador no primeiro semestre. O reflexo automático é dizer que Tcheco deve parar. O meia já tem 35 anos, as contusões são um incômodo maior que antigamente e o ótimo desempenho no Brasileirão oferece uma chance única de parar por cima. Eu mesmo já defendi essa retirada em grande estilo, que deixaria ao torcedor uma ótima última impressão mesclada por saudade.
Mas hoje me pergunto: que direito temos de dizer a Tcheco ou a qualquer jogador que é hora de parar? Imagine você, caro leitor, se alguma pessoa batesse nas suas costas e dissesse: você deve se aposentar. Qual seria sua reação? A minha não seria nada amistosa.
Torcedores e jornalistas costumam se colocar como senhores do tempo e da razão. Assim, tem condições de dizer o momento exato em que determinado jogador não serve mais. Bobagem. É Tcheco quem tem a noção exata do quanto o seu corpo cobra pela rotina maçante do futebol e do prazer que estar em campo lhe dá. Enquanto considerar que o saldo entre essas duas variáveis é positivo e houver um clube disposto a lhe dar espaço, Tcheco deve seguir em frente. Ninguém melhor que ele saberá quando o seu tempo de jogador profissional acabar.
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