2011 terminou sem que ninguém soubesse se Tcheco voltaria a jogar futebol profissionalmente. Nem ele mesmo. Após algumas semanas de negociação, Tcheco acertou um contrato de seis meses. Hoje, o Coritiba não só deve agradecer por este acordo curto como também pensar em estendê-lo até dezembro. O empate com o Londrina deixu muito claro que o Coxa atual gira em função de Tcheco. É a primeira conclusão que se pode tirar na temporada.
As piores exibições alviverdes em 2012 foram com Willian e Júnior Urso em campo e Tcheco no banco. É simples: Willian e Urso são exímios destruidores, mas não espere deles uma saída de bola ágil e inteligente, que a todo momento faça o Coritiba surpreender o adversário enquanto ele ainda se reorganiza na defesa.
Marcelo Oliveira percebeu isso após a estreia contra o Toledo e entrou com Tcheco como segundo volante, função de Léo Gago no ano passado. O Coritiba melhorou a transição e ganhou os três jogos seguintes sem muitos sustos. O susto veio no sábado, contra o Arapongas, quando o gol do time do interior fez lembrar que um meio-campo com apenas um marcador pode ser facilmente furado.
Ontem, no Café, essa diferença ficou muito clara. No primeiro tempo, com Urso e Willian, o Coritiba desarmava, mas logo perdia a bola e voltava a ser pressionado pelo Londrina. Não só porque a bola não chegava redonda aos armadores, mas porque Rafinha, Lincoln e Renan Oliveira não acertavam um jogada sequer. Lembrava as mais sonolentas atuações alviverdes como visitantes no Brasileiro passado. Tcheco entrou no segundo tempo e o time se rearrumou. Saiu das cordas, aproveitou o recuo do Londrina e chegou ao empate.
Se ficou claro que Tcheco precisa jogar, também é preciso ter claras algumas questões – e as respectivas respostas:
– Como o Coritiba vai se defender tendo apenas um marcador no meio-campo?
– O que fazer quando Tcheco não puder jogar?
Com apenas um volante, há dois caminhos. O primeiro é ter a posse de bola por mais tempo. A lógica é simples, quase banal: sem a bola nos pés, o adversário não tem como te atacar. Outra opção é segurar mais os laterais e formar uma linha efetivamente de quatro defensores. E deixá-la um pouco mais avançada, para não chamar o oponente para perto da grande área nem abrir um buraco entre defesa e meio-campo.
O maior problema é lidar com a ausência de Tcheco. Aos 35 anos, Tcheco não tem condições de jogar quarta e domingo o ano inteiro. Fora que vai se machucar, ser suspenso e o time não pode ter uma única maneira de jogar. Como ter dois volantes marcadores é problemático (embora em alguns seja a única opção) e não dá pra passar o ano inteiro chorando a saída de Léo Gago (o que, jogo a jogo, vai se comprovando um erro estratégico), a solução vai ser contratar. E só dá para contratar gente de bom nível ao término dos estaduais. Até lá, vale dar uma mais uma chance para Gil e testar Djair.
Mais um problema para Marcelo Oliveira resolver dia a dia no CT da Graciosa.
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Me prendi mais ao meio-campo, mas o lado esquerdo da defesa do Coritiba foi meramente decorativo. O Londrina atacou o jogo inteiro por ali, ora com Alexandre, ora com Artur. Lucas Mendes, que vinha de uma boa sequência de jogos, voltou a atuar mal. Pereira que parece em um caminho sem volta. Já é hora de dar espaço para Luccas Claro.
O Londrina reclamou dois pênaltis no segundo tempo, em Alexandre e Artur. Para mim, lances normais. Os jogadores começam a cair antes de receber o contato do adversário.
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