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Héracles levou um autógrafo de Souza tatuado nas costelas, enquanto Róger foi mais cedo para o colo de Deborah Secco: só aqui o Cruzeiro se deu bem

A inteligência do Atlético se sobrepôs ao descontrole do Cruzeiro. Nem mesmo a entrada surpresa de Cléberson fez o time abrir mão da proposta de jogo e, sim, como Carrasco prometeu, a filosofia ofensiva foi mantida. O Atlético se defendeu, mas sem deixar de atacar.

Defendia com uma sólida linha de quatro defensores, protegida por Renan Teixeira, Deivid e Zezinho. Atacava principalmente com Ligüera, preciso na ligação, e com o deslocamento dos velozes Guerrón e Patrick. Foi exatamente assim, com Ligüera armando e os atacantes trocando de posição que o Furacão chegou ao primeiro gol, com Guerrón.

Então o Atlético sofreu o mesmo mal do jogo da Vila Capanema, o de recuar demais e aceitar a pressão cruzeirense. Pressão que cresceu mesmo depois de Róger ser corretamente expulso. E que poderia se tornar insuportável a partir do gol de empate, marcado por Wellington Paulista, em pênalti que eu considero não ter existido, mas que causou revolta atleticana somente contra Patrick, não contra o árbitro.

Na saída para o intervalo, Guerrón resumiu a situação de maneira precisa e crua: “Tentar matar essa porra”. E como na Copa do Brasil o que La Dinamita fala é lei, o Atlético matou essa… com Guerrón retribuindo a assistência de Ligüera.

O 2 a 1 definiu a classificação. O Atlético, inteligente, valorizava a posse de bola e transformava a vantagem de um jogador em espaço para contra-atacar. Suspense mesmo, só o de ficar com um jogador a menos. Um pouco culpa de Carrasco, que queimou a terceira alteração com 6 minutos. Mas muito culpa do destempero do Cruzeiro (Souza e Alex Silva especialmente), que passou a bater maldosamente nos rubro-negros, vide o autógrafo que Souza tatuou nas costelas de Héracles.

Agora o Atlético vai para a sua sétima quarta de final na Copa do Brasil, sem jamais ter passado dessa fase. O adversário será o Palmeiras, algoz da primeira quarta de final rubro-negra, em 92. Dá para encarar. Dá para classificar.

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Douglas Tanque foi o personagem central da eliminação paranista. Aos 9 minutos, sozinho na área, perdeu a chance de fazer o primeiro gol da noite, que daria outro rumo à partida. Menos de meia hora depois, ele foi expulso injustamente, em um lance em que cometeu falta em Henrique passível de no máximo um amarelo e ainda foi agredido com uma cabeçada pelo zagueiro palmeirense. Com dez em campo e perdendo de 1 a 0, faltou força ao Paraná para buscar a virada.

Wellington e Packer completaram o serviço ao errar passes que resultaram em mais dois gols do Palmeiras. Uma pena, pois foi muito bacana ver a coragem de Ricardinho, de armar um meio-campo com Cambará, Packer, Wellington e Luisinho, todos com capacidade para tratar bem a bola. Que o 4 a 0 não faça o treinador paranista abrir mão da formação. Afinal, a Copa do Brasil era bônus e para os objetivos que realmente interessam – vencer a B estadual e tentar subir na B nacional – este meio-campo será fundamental.

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Não lembro se cheguei a escrever no blog, mas comentei com alguns amigos que considerava maiores as chances de o Coritiba chegar à semifinal da Copa do Brasil se o seu adversário fosse o Vitória, não o Botafogo. Vi jogos do Botafogo, achei o time bom individual e coletivamente, enfim, melhor que o Coritiba. Continuo achando, mas quem se classificou foi o Vitória. Será um duelo de igual para igual, em que dois fatores devem pesar: o resultado da final estadual (o Vitória tem um Ba-Vi no domingo) e o mando de campo. Para o Coxa, melhor abrir o confronto no Couto Pereira.

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