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Atualizado e corrigido a partir de dica do Dominator e do João.


O médico José Fernando Macedo e o empresário Ernesto Pedroso Júnior: eles vestiram a camisa para tirar o Coritiba da Série B

Com um atraso abissal, comento a entrevista do José Fernando Macedo e do Ernesto Pedroso, ontem, à Banda B. O resumo do que eles falaram está aqui – coisas interessantes, nada bombástico. O fato mais interessante é os dois darem entrevista, não o Vilson Ribeiro de Andrade.

Criou-se um senso comum de que as decisões no Alto da Glória são tomadas exclusivamente pelo Vilson. Algo ruim, e bem diferente de ele ser o principal responsável pelas decisões lá dentro – o que várias fontes já afirmaram que é o que acontece, mas a partir de diálogo, consultas a estudos de mercado e outros subsídios que passam bem longe dos olhos da torcida e da imprensa.

Nós, da imprensa, contribuímos bastante para essa personificação. Vilson sempre atende, costuma ser simpático e atencioso com os jornalistas, tem a oferecer aquilo que é a nossa matéria-prima – informação – e rapidamente estabelece uma relação de confiança com o interlocutor. Rapidamente, o ato reflexo para confirmar qualquer informação de diretoria no Coritiba passa a ser ligar para o Vilson. E sempre há uma resposta do outro lado da ligação.

Às vezes o clube também acaba colaborando para essa personificação. Na entrega da reforma do alojamento do Couto Pereira, uma das obras mais bacanas da atual diretoria, Vilson talvez tenha aparecido mais do que deveria – ou talvez o erro tenha sido só ele aparecer. Acabou colaborando para fortalecer essa aura do “é ele quem manda no Coxa”. Algo que, se não for bem administrado, é certeza de problemas.

Não sei como foi marcada a entrevista na Banda B. Se a iniciativa partiu do Coritiba, ponto para a assessoria ao por na trincheira dois dirigentes que geralmente ficam fora da mídia. Se a iniciativa partiu da Banda B, ponto para a rádio por enxergar a importância destes outros dois personagens.

No fim, o Coxa ganha por passar a imagem de que não é clube de um dirigente só. Vilson pode ser, de fato, o vértice mais forte deste triângulo? Sim, e merece ser. Pode haver discordância interna entre eles? Claro. Que quebrem o pau lá dentro, desde que a solução encontrada ao fim de qualquer discussão seja aceita por todos e a melhor para o Coritiba. A julgar pelo último ano e meio do clube, ao menos na maioria das vezes é o que tem acontecido.

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Confesso que me enrolei um pouco e acabei deixando passar na época a reforma do alojamento do Couto Pereira. Como mencionei a obra logo acima, me sinto à vontade para comentá-la, mesmo com atraso.

A precariedade das instalações era visível do lado de fora, quase um cortiço. A reforma deixou o lugar muito mais do que habitável, o transformou em uma verdadeira casa para os jogadores (não só) da base – Geraldo, quando fez o gol que sacramentou o título estadual do ano passado, ainda morava ali no Couto. E ainda dá uma aula de história do Coritiba, com imagens de ídolos revelados no clube na porta de cada quarto e a descrição da trajetória do jogador, também explicada a cada garoto que mora ali. Foi o mais belo gol do Coxa este ano.

Para quem ainda não viu ou quer rever, recomendo o vídeo que o Fernando Rudnick fez na véspera da inauguração e outro do Napoleão de Almeida, exibido dia desses na Band e postado no blog dele.

Com o Memorial funcionando há quase dois anos, o alojamento reformado, o estádio e a loja, já dá para o marketing do Coritiba reforçar o tour pelo Couto Pereira. Uma ótima oportunidade de aproximar ainda mais o torcedor do clube, permitir a ele circular pela casa alviverde sem aquela loucura de dia de jogo e criar mais uma fonte de receita para o clube.

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