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Com o campeonato em andamento, o Paraná acaba ficado um pouco à margem do noticiário, o que passa certa impressão de imobilidade na Vila Capanema. Impressão errada, afinal, o clube continua se virando para montar dois times, já que a Federação marcou o arbitral da Série Prata para 16 de fevereiro, o que joga, inevitavelmente, o início do torneio para maio. Até o momento já chegaram seis jogadores, quase todos muito jovens. Vou falar um pouco de cada um deles e lá no fim faço uma avaliação mais geral.

Alisson, zagueiro, 22 anos


Zagueiro Alisson é um dos reforços que já estava treinando na Vila Capanema

Eu sempre desconfio de jogadores jovens com muitos clubes no currículo. Alisson é jovem (22 anos) e o Paraná é seu oitavo clube. Logo… Os pontos altos da intensa carreira são o título da Copa Paraíba com o Treze, em 2009, e o bom futebol exibido nos dois últimos anos – em 2010, no Engenheiro Beltrão, em 2011 no Operário e no Grêmio Metropolitano. Canhoto e com 1,87 m, era volante até chegar à Aereb.
Curiosidade: Jogou no infantil do Coritiba.

André Vinícius, zagueiro, 20 anos
Duas informações são diretamente associadas à passagem de André Vinícius pela base do Corinthians: ele é filho de André Negão, ex-diretor do setor e fiel escudeiro de Andrés Sanchez, e uma lesão no joelho direito, no início do ano passado, o deixou fora dos gramados por roda a temporada. A relação familiar sempre levantou suspeitas sobre o quanto de mérito esportivo havia na presença de André no elenco corintiano. Já a contusão lhe privou de ter, no profissional, algumas chances de rebater as críticas. Destro e com 1,89 metro, terá essa chance no Paraná.
Curiosidade: A negociação começou de um contato direto de Ricardinho com Edu Gaspar, gerente de futebol do Corinthians e ex-companheiro do técnico paranista no próprio Timão.

Lucas, volante, 22 anos
Despontou na Copa São Paulo de 2008, defendendo o Rio Branco de Americana. Foi escolhido pelo site Olheiros como um dos destaques da primeira fase da competição naquele ano, graças às “subidas ao ataque” e à “excelente visão de jogo”. Do Rio Branco foi para o Juventus, clube que defendeu nos dois últimos anos.
Curiosidade: Quando surgiu, era chamado em Americana de “novo Mineiro”. Além de Mineiro, o Rio Branco revelou Flávio Conceição e Marcos Assunção, todos volantes.

Alex Bruno, zagueiro, 29 anos
É o único veterano da turma de reforços. Jogou com Ricardinho no Atlético Mineiro, em 2009, o que ajuda explicar sua vinda para o clube agora, quando ele poderia tentar disputar o Paulistão. Subiu com o Sport ano passado e encarna o espírito do xerifão. Em um grupo tão jovem, deve ser o capitão e o líder do elenco. O que pode atrapalhar seus planos no Tricolor é a ampliação de uma punição preventiva por doping em um jogo do Campeonato Pernambucano do ano passado.
Curiosidade: Em entrevista recente à Tribuna do Paraná, o diretor jurídico do Paraná, Alessandro Kishino, disse que o descredenciamento do laboratório Ladetec por erro no exame do jogador de vôlei de praia Pedro Solberg pode ajudar o clube a evitar uma punição maior a Alex Bruno.

Nilson, atacante, 20 anos


Nilson, vítima do excesso de jogadores na base do Vasco

Pego emprestada a definição do companheiro Pedro Venancio, do Olheiros, sobre o futebol de Nilson: “Centroavante no melhor estilo ‘rompedor’, mostrou eficiência dentro da área, terminando o torneio com seis tentos marcados, na vice-artilharia. O garoto também apresentou qualidades fora da grande área, prendendo a bola com muita inteligência e tabelando com os companheiros que se aproximavam. Se mantiver o nível, certamente terá chances nos profissionais do Vasco em 2011.”

2011 veio e Nilson não teve chance alguma no Vasco. Foi vítima do inchaço nas categorias de base do clube, provocada pela briga entre os dirigentes Rodrigo Caetano e Humberto Reis. Cada um trazia seus jogadores e queria fazer com que eles jogassem. Até que o Vasco chegou a ter 60 jogadores no sub-20. Nilson ainda treinou por alguns períodos com os profissionais, mas não conseguiu fazer sombra aos criticados Alecsandro e Elton (mau sinal).
No fim do ano, Rodrigo Caetano foi embora e os jogadores levados por ele perderam espaço. Nilson, empresariado por Carlos Leite, estava neste grupo.
Curiosidade: Nilson apareceu bem na Copa São Paulo de 2010, pela Portuguesa. Dali conseguiu a transferência para o Vasco.

Elias, atacante, 19 anos
Um dos artilheiros do Corinthians na primeira fase da Copinha de 2011, Elias foi promovido por Tite ao time profissional. Pequeno (1,75 metro), leve (67 quilos) e rápido, entrou em algumas partidas do primeiro turno do Brasileiro, mas logo perdeu espaço. O clube paulista chegou a negociar seu empréstimo ao Comercial de Ribeirão Preto, mas acabou escolhendo o Paraná como o lugar para dar a ele mais experiência.
Curiosidade: A estreia de Elias como profissional foi aos 38 minutos do segundo tempo de Corinthians 0 x 1 Cruzeiro, pelo primeiro turno do Brasileiro-2011. Ali, ele encerrou um jejum de 20 meses e 10 dias sem que um jogador da base corintiana fosse usada entre os profissionais.

Como estes reforços, o elenco do Paraná hoje tem os seguintes jogadores.
Goleiros: Luís Carlos, Jociel Henrique e Thiago Rodrigues.
Laterais: Lisa, Paulo Henrique e Henrique.
Zagueiros: Alisson, André Vinícius, Alex, Alex Bruno e Fransuar.
Volantes: Luizinho, Igor, Henrique e Lucas Vieira.
Meias: Douglas Packer, Bruninho, Maycon e Neverton.
Atacantes: Elias, Wellington Silva, Davies, Aymen e Nilson.

Não, o Paraná não tem um elenco pronto. Hoje, dá para dizer que o time não precisa apenas de goleiros. Falta um lateral, pelo menos mais um zagueiro, um volante, um meia (tem um canhoto bom pacas no banco, chamado Ricardinho, mas acho que não vai rolar, né?) e um atacante. Isso para fechar um elenco, fora outros reforços para que o Tricolor consiga suportar a insanidade de conciliar talvez até três competições.

Anderson e Douglas, volante e atacante, respectivamente, campeões da Copinha pelo Corinthians, podem ser os próximos reforços. São mais dois garotos. Ricardinho claramente pretende trabalhar com um time jovem. Faz sentido. Melhor um monte de guris com vontade de crescer na carreira do que jogadores meia-boca de 20 e muitos anos. Mas esses garotos precisam de uma base experiente para desenvolver seu jogo e suportar as oscilações de resultado de uma longa disputa como a Série B. Nesse caso, vale lembrar um velho ditado do futebol: garotos vencem jogos, homens vencem campeonatos. E em 2012, o Paraná precisa vencer campeonatos. Ou, pelo menos, garantir o acesso em dois deles.

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