Adriano sempre foi encarado como um sucessor de Ronaldo. A semelhança física, a explosão muscular, a vocação para o gol, a transferência rápida para a Europa… tudo aproximava os dois atacantes, embora não reste dúvida de que o melhor Ronaldo foi muito superior ao melhor Adriano. Como também não resta dúvida que, após a Copa de 2006, quando jogaram juntos, o Imperador deixou a linha sucessória do Fenômeno.
Agora, o Adriano tem a chance de retomar essa vocação. A volta aos gramados pelo Atlético, contra o The Strongest, foi o primeiro passo de uma caminhada que pode levá-lo a repetir um dos mais espetaculares episódios da trajetória de Ronaldo.
Nos últimos dias, tem crescido o debate sobre Adriano ser uma opção para o ataque da seleção brasileira na Copa. Se o Imperador tivesse cuidado direito da sua carreira, seria um debate desnecessário. Ele teria vestido a camisa 9 em 2010 e repetiria a dose agora. Como Adriano tomou outro caminho, também pode-se dizer que o debate é desnecessário por se tratar de um jogador parado há quase dois anos e com a Copa batendo na porta.
Na prática, porém, a situação é bem diferente. O Brasil precisa de um 9 confiável. Sob o aspecto técnico, esse cara é Fred. O problema é físico. Não dá para confiar que Fred aguentará jogar 7 partidas em 32 dias. E se ele não puder jogar, já era. Jô, Pato, Damião e Luís Fabiano, os mais famosos, não passam essa segurança. Outsiders como Alan Kardec, Walter e Ederson são apostas de risco alto e expectativa baixa de retorno para uma Copa do Mundo no Brasil. É graças a esse vazio que o nome de Adriano ganha força.
Entendam, Adriano precisará ter dois meses e meio (período até a convocação final) de evolução constante. Isso significa conseguir acumular minutos em campo, fazer alguns gols, ganhar ritmo, perder mais peso, voltar das folgas no dia combinado. E num cenário em que, obviamente, ele acabará convivendo com alguma lesão muscular, parte natural do processo.
Sendo bem direito, não dá tempo para Adriano voltar a jogar em altíssimo nível, com uma sequência consistente de partidas e sendo decisivo em várias deles. Mas dá tempo de Adriano atender os pontos que eu listei no parágrafo acima. E convencer Felipão de que, com um trabalho final específico em Teresópolis, ele aguenta jogar 7 jogos em 32 dias. Ou pelo menos ser uma opção melhor para Fred, partindo do princípio que o titular da Copa das Confederações chegue em boas condições ao Mundial.
É aí que a história de Adriano cruza de novo com a de Ronaldo. Em 2002, o Felipão chamou o Fenômeno para a Copa logo após ele ter passado mais de três anos praticamente parado, por causa de duas lesões no joelho. Repito: o melhor Ronaldo é superior ao melhor Adriano. Mas quando Felipão chamou Ronaldo, ninguém acreditava no desfecho espetacular do dia 30 de junho, no Estádio de Yokohama. Para Adriano, a repetição dessa volta por cima espetacular começou ontem. Basta saber se Felipão está disposto a repetir com ele a aposta de 12 anos atrás.
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