Cris, zagueiro do Paraná, no tempo em que trabalhava como ator de sitcom
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“Os outros times continuaram se es­­­­forçando, jogando… A nossa achou que ia subir com os pés nas costas”

“Hoje eu me controlei, mas quando as coisas tiverem insustentáveis vou tomar atitudes. Se eu achar que tem alguém que não está levando a sério, vou tomar uma atitude”

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“Tem jogador que acha que futebol é brincadeira. Para mim não é. É o que sustenta meus filhos e minha mulher. Sei que tenho de provar todo jogo. Será assim até o fim da minha carreira”

“Perdi o jogo hoje. O torcedor tem todo direito de se indignar e a diretoria precisa detectar isso. Hoje eles [os jogadores] me deixaram na mão, só três ou quatro correram”

“Hoje eu me controlei, mas quando as coisas tiverem insustentáveis vou tomar atitudes”

Essa é uma pequena seleção de frases da coletiva do zagueiro Cris, após o 0 a 0 de ontem com o Duque de Caxias. Em alguns pontos a análise é perfeita. Transparece o sentimento antecipado de missão cumprida que tomou conta do elenco paranista quando o time enfileirou várias rodadas no G4. O time deu certo muito rápido e passou a jogar como se o acesso fosse apenas questão de tempo.

Em outro aspecto, porém, a entrevista é catastrófica. Cris se coloca acima do bem e do mal, um oásis de bom futebol e dedicação em meio a um grupo entregue. Não é bem por aí.

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De fora, é impossível julgar a dedicação de Cris ou de qualquer um, mas dá para avaliar as atuações. Cris acerta e erra na mesma medida que boa parte do restante do elenco. É tão culpado quanto os outros pela queda do Paraná. Não pode se colocar como o único que faz as coisas certas num lugar em que todo mundo só faz cagada.

Sua coletiva lembrou a já famosa entrevista do Paulo César Silva depois da derrota para o Salgueiro. Na época, escrevi que as declarações do dirigente obrigavam o clube a dispensar jogador, sob o risco de Paulão perder autoridade. Ninguém foi dispensado e Paulão acabou renegado a funções administrativas do departamento de futebol. Vale o mesmo para Cris. Sua entrevista necessariamente terá consequência. Ou alguém é afastado ou algum (alguns) jogadores vem a público assumir a bronca ou Cris se desculpa ou Cris sai de cena. Se nada for feito, o Paraná dará um passo enorme para disputar a Série C do ano que vem. No momento, o Paraná precisa jogar com a mesma intensidade dos desabafos periódicos de alguns dos seus principais personagens.

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