Paulo Baier não viaja para Natal, onde o Atlético enfrenta o ABC. Isso estica pelo menos até a partida de terça-feira, contra o Avaí, a discussão sobre Baier merecer uma lugar no time titular.
Paulo Baier já tem um lugar especial na história rubro-negra e se o Atlético subir, tenha certeza, foi muito por causa dele. É só lembrar as vitórias sobre ASA, Boa e América Mineiro, todas com a assinatura do maestro.
No entanto, é preciso considerar que Baier está sendo tão importante por causa do enorme operação de preservação física desenvolvida ao longo do ano. Vale para a atuação restrita a partidas em Curitiba adotada por Carrasco – que, é verdade, foi exagerada ao tirá-lo do decisivo duelo com o Palmeiras, pela Copa do Brasil, mas permitiu uma reserva física importante para o armador. E vale para o procedimento atual de Ricardo Drubscky, que o mantém como arma de segundo tempo.
Quando entra durante a partida, Paulo Baier já fez uma leitura do que está acontecendo em campo. Tem a percepção de onde pode atacar o adversário e, o principal, entra com o fôlego zerado diante de oponentes cansados. Essa pré-condição é fundamental para Baier fazer valer a qualidade do seu passe.
Basta lembrar do ano passado, quando um Baier cansado era engolido pela marcação e errava passes fáceis. Ou fazer um comparativo dentro da desgastante partida contra o América Mineiro, disputado sob forte calor e em um horário obsceno. Elias, nove anos mais novo que Baier, disputou a partida inteira, deu um pique impressionante no lance do gol da vitória e deixou o gramado exausto. Não consigo enxergar Baier repetindo essa arrancada depois de 90 e tantos minutos de um jogo intenso e sol forte.
Da mesma maneira, não consigo ver Paulo Baier com a mesma importância em 2013, esteja o Atlético na Série A ou na B. Isso mesmo. Baier é fundamental para o Atlético saindo do banco de reservas. Querer mais dele em uma sequência de jogos ou em uma temporada inteira é exigir do maestro rubro-negro mais do que ele pode entregar.