A festa de Pedrinho: corte no zagueiro, drible no goleiro e bola na rede.
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Quando Pedrinho recebeu a bola no campo de ataque, havia entre ele e o gol um zagueiro, o goleiro e 25 metros de grama. Em apenas sete segundos, ele arrancou em direção à grande área, deu dois dribles secos no zagueiro, deixou o goleiro no chão e, com o pé esquerdo, empurrou a bola para a rede do Vitória. A partir daquele momento, o camisa 10 do Atlético, um garoto de 21 anos formado no próprio clube, seria pelo resto da vida Pedrinho Maradona.

A associação imediata ao craque argentino diz muito da época. O golaço é de 1987, um ano depois de Maradona ganhar sozinho a Copa do México para a Albiceleste. A internet só seria aberta para interesses comerciais em 1988. TV a cabo e pay-per-view eram coisas de americano. Assim, o único jeito de um gol desses ganhar o Brasil era pela TV aberta. Mais precisamente, pelos Gols do Fantástico, um programete esquisitíssimo, que passava apenas… gols – sem pedido de música, gracinhas na edição, joão bobo, roteiros “espirituosos” etc.

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O gol de Pedrinho Maradona foi eleito o gol do Fantástico daquele 19 de setembro de 1987. Depois, seria escolhido o gol do ano no futebol brasileiro, com direito até a placa na Fonte Nova, palco da façanha.

Pedrinho trocou o Atlético pelo Guarani no ano seguinte (na época era um salto na carreira, o Bugre havia sido vice-campeão brasileiro em 1986 e jogaria a Libertadores de 1988). Sucumbiu perante a concorrência de Neto, Barbieri e Marco Antônio Boiadeiro e logo voltou ao futebol paranaense.

Além do gol de placa, Pedrinho deixou outras marcas importantes. Em 1990, foi o primeiro reforço da história do Paraná Clube. No ano seguinte, transferiu-se para o Coritiba, tornando-se o primeiro jogador a vestir as camisas de Atlético, Paraná e Coxa. Sua habilidosa perna esquerda sempre levava perigo aos marcadores, mas Pedrinho acabou, mesmo, sendo mais um jogador de que rendeu menos do que prometia quando despontou.

Desde 2003 Pedrinho é técnico. Em 2008 foi contratado pelo Atlético, onde já passou em praticamente todas as categorias de base, sempre com ótimos trabalhos. Atualmente, comanda o sub-18 do Furacão. Passa aos garotos os ensinamentos de quem tinha muito talento e conviveu desde cedo com a cobrança que sufoca tantos projetos de craque.

Neste 30 de outubro, dia em que a Argentina para e reverencia mais um aniversário de Diego Maradona, Pedrinho pode, sim, se sentir um pouco homenageado. Afinal, poucos jogadores podem dizer que fizerem um legítimo gol de Maradona quando El Díez era sinônimo do futebol mais bem jogado do planeta.

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Ah, claro! Vejam o golaço de Pedrinho. O bigodudo que aparece no início do vídeo era o Edson Militão, hoje comentarista do PFC e colunista da Gazeta do Povo. O Milita já era um jornalista experiente na época. A diferença é que naquele tempo ele pintava o cabelo e o bigode.