Everton Ribeiro comemora a cobrança do último pênalti, que garantiu o tri para o Coritiba
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O pênalti convertido por Éverton Ribeiro, o último da série de cobranças, é a síntese do tricampeonato. Bateu na trave, passou a impressão de que daria errado, mas entrou o suficiente para consolidar o título.

O Coritiba mereceu o título para o qual era favorito e carregava a obrigação de ganhar. Vem de dois anos muito bons, manteve o técnico e o método de trabalho, é o único time do estado na Série A, etc. Acabou tendo mais dificuldades que o imaginado por causa do desmanche do time-base de 2011. Os reforços demoraram a dar retorno, algo que o Campeonato Paranaense até perdoa. O que pegou mesmo foi o vazio deixado por Léo Gago. O camisa 8, importante no ano passado, acabou ganhando status de insubstituível a cada passe errado de Júnior Urso ou ausência de Tcheco.

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Sim, Tcheco foi um dos grandes nomes do campeonato. Tanto pelo que jogou como pela marca pessoal de vencer três vezes a competição sem sofrer uma única derrota. Tcheco voltou para compor elenco, uma quase homenagem de fim de carreira. Acabou protagonista da equipe. Gil e Éverton Ribeiro também eram coadjuvantes no ano passado, apostas de médio prazo que, em determinado momento, pareciam desenganadas. Gil foi a melhor opção ofensiva do Coxa no clássico de hoje e em breve deve ser o sucessor de Tcheco. Éverton Ribeiro foi o mais importante jogador do Coritiba no último terço do campeonato, mereceu converter o pênalti do título.

Aliás, notaram quem foram os cobradores do Coritiba? Lincoln, Roberto, Júnior Urso, Éverton Costa e Éverton Ribeiro. Urso foi o jogador mais questionado pela torcida e pela imprensa; Lincoln e Roberto chegaram sob alguma desconfiança por causa da L.A. Sports; Éverton Costa e Éverton Ribeiro foram dois investimentos de longo prazo. Imagino que os cinco terem se saído bem em um momento tão crucial do campeonato tenha dado satisfação especial à diretoria e à comissão técnica. Uma satisfação merecida. Mesmo com os percalços e erros, estando ou não no planejamento, o trabalho bastou para vencer o Paranaense.

Mesmo com todos os problemas, o Estadual é, ainda hoje, a única taça que os grandes do estado têm chances reais de conquistar. E ainda não descobriram nada melhor para satisfazer uma torcida do futebol do que títulos – ainda mais se são raros como um tricampeonato. Portanto, o Coritiba tem mais é que comemorar. Para a Copa do Brasil, o Brasileiro e a Sul-Americana precisa mais? Sim. Mas pelo menos até terça-feira a festa está liberada para os coxas-brancas.

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Falei no bate-papo com o Airton Cordeiro e o Fernando Rudnick que perder o título teria consequências menores para o Atlético. O time está em reconstrução e a grande missão do ano é deixar a Série B. A campanha no PR12 pavimentou este caminho. O Atlético deixa o Estadual com uma base montada, ótimos garotos da base, alguns bons reforços encaixados no time e um técnico que resgatou a tradição ofensiva do clube. O título esteve muito próximo, mas há vários motivos para os atleticanos se orgulharem e serem otimistas com a equipe que os representa.

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Sobre o jogo em si. Foi mais tenso e parado do que eu imaginava. O Coritiba parecia perdido no primeiro tempo, sem a costumeira movimentação dos meias no ataque e, depois, com problemas de saída de bola. O Atlético se aproveitou, acionou bastante Guerrón, que só não conseguiu fazer um estrago maior porque Emerson esteve soberbo hoje (para mim, o melhor em campo). Carrasco também ajudou ao não escalar Ligüera desde o início. O uruguaio foi decisivo nas duas últimas partidas. Seria muito mais lógico escalar um só volante ou mesmo manter Paulo Baier no banco.

No segundo tempo o Coritiba assumiu o controle da partida. A saída de bola passou a ser feita fundamentalmente por Gil pela direita. Aliás, o Coxa só atacava por ali. Éverton Costa, Roberto, Éverton Ribeiro, todos caíam pelo setor. O Coritiba foi mais dominante na etapa final do que o Atlético no primeiro tempo. Ainda assim, Rodolfo não fez nenhuma grande defesa. Vanderlei também não. O 0 a 0 foi natural e inevitável.

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Adriano Milczvski tinha tudo para afundar sua carreira no Atletiba. Suportou bem a pressão absurda sobre si e fez um bom trabalho, não cometeu erros que influenciaram o rumo da partida. Faço o meu mea culpa, embora continue achando Milczvski ruim e que sua indicação para o sorteio foi uma roleta russa. Houve o impedimento de Guerrón no primeiro tempo. Tive sensação de lance legal. Depõe a favor de Braatz não ter havido reclamação efusiva dos jogadores do Atlético.