Otacílio Gonçalves costuma dizer que jogador ruim no elenco é um problema. Um dia o titular machuca, o reserva está suspenso, a outra opção perdeu a avó e o técnico se vê obrigado a escalar o perna de pau. Esse risco natural aumenta consideravelmente quando o treinador gosta de adaptar o time ao adversário ou à configuração da partida, como Juan Ramon Carrasco. Vejamos na prática. Domingo, Atletiba, 2 a 1 para o Atlético, Carrasco sente a necessidade de reforçar a marcação. Ele olha para o banco e chama quem? Renan Teixeira. Hoje, Copa do Brasil, confronto com o Cruzeiro em Sete Lagoas, o empate é rubro-negro, então por que não reforçar a marcação? Renan Teixeira neles.
O Atlético contratou pouco para o primeiro terço da temporada. A pior contratação foi a de Renan Teixeira. Renan é um volante limitado, desses que cada vez menos têm espaço nos grandes times. Na marcação, está quase sempre um milésimo atrasado, tempo suficiente para perder a bola ou fazer a falta. Com a bola no pé, se bate para dar qualquer passe de mais de 2 metros – ao menos tem consciência disso e não tenta usar recursos que não possui.
A escalação de Renan Teixeira depõe contra a afirmação de Carrasco de que o Atlético manterá o estilo ofensivo. Como ser totalmente fiel a essa filosofia se é certo que a bola sairá quebrada do primeiro volante? A resposta passa obrigatoriamente por Deivid e Zezinho. No segundo tempo do jogo da Vila, com Renan Teixeira pregado à frente da zaga, Deivid por um lado e Zezinho por outro, o Atlético conseguiu tirar o Cruzeiro da sua garganta e até criou duas chances de ampliar o placar, com Patrick e Héracles.
Com Ligüera logo à frente, como o número 1 do 4-3-1-2, o Atlético garante a ligação entre meio e ataque sem que Deivid e Zezinho precisem arredondar o passe quadrado de Renan Teixeira e correr para servir Patrick e Guerrón. Os dois, atacantes de velocidade, devem se movimentar por todos os lados, a melhor maneira de deixar para trás o pesado Léo e o estabanado Alex Silva. Pode dar certo. Como deu em Criciúma. Mas poderia ser mais confiável caso Carrasco já tivesse, algum dia, trocado uma ideia sobre futebol com o Chapinha.
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Além de Deivid e Renan Teixeira, o Atlético tem mais dois volantes no elenco: Renan Foguinho e Alan Bahia. Foguinho é um pouco melhor que Teixeira, mas está machucado. Alan Bahia não é solução desde quando estava no Atlético. E no Goiás, onde já vi gente elogiando sua passagem, não custa lembrar que Alan Bahia chamou mais atenção pelos gols do que pela marcação e que o Verdão goiano, favorito à Série B, limitou-se a não cair para a C no ano passado. O Atlético precisa de pelo menos mais um bom volante. E se livrar dos ruins, ou uma hora eles jogam de novo.
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Vágner Mancini será demitido se o Cruzeiro for eliminado pelo Atlético. Por isso, armou uma Raposa pouco mais ofensiva. Não repetirá a ingenuidade de escalar três volantes e dois centroavantes contra um time que joga com atacantes abertos. Deve, sim, repetir o time que pressionou o Atlético no segundo tempo em Curitiba. Um volante só (Leandro Guerreiro), Róger como armador centralizado, Marcelo Oliveira auxliando Everton pela esquerda e Souza fazendo o mesmo com Diego Renan pela direita. E bola para Anselmo Ramon e Wellington Paulista. O Atlético ficará com os laterais presos na marcação, dependará fundamentalmente de Guerrón e Patrick para atacar. Por isso, será mais importante ainda a bola sair redonda e rápida do meio-campo.
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