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Um pouco mais atrasado que o habitual, vamos aos pitacos do Atletiba #356, que consagrou o Coritiba tetracampeão estadual — com inédito tetravicecampeonato do Atlético de lambuja. Adelante…

– Desde o início o Coritiba tratou como prioridade a conquista do título estadual, mas nem sempre jogou com tal nível de dedicação. Ontem foi um desses casos. A exemplo dos jogos contra J. Malucelli (3 a 0) e Londrina (3 a 1), o Coxa jogou com uma organização tática sólida que permitiu à individualidade aparecer. Uma fórmula imbatível;

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– A isso soma-se uma tranquilidade admirável. Tomar 1 a 0 em casa, com cinco minutos, em um frango do goleiro, é para jogar qualquer time na lona. O Coritiba manteve o mesmo jeito de jogar, que foi ganhando intensidade gradual até chegar ao gol de empate, que saiu naturalmente, sem esforço;

– Não lembro de ter escrito isso aqui no blog, mas falei mais de uma vez na 98, então repito sem medo de parecer oportunista: Vanderlei estagnou a partir da saída de Edson Bastos. Falta uma sombra real ao goleiro coxa-branca, nervoso no Boqueirão e desatento ontem, no Couto;

– Essa sombra, claro, não é Bruno Fuso, que pode voltar do banco do XV de Piracicaba para o banco do Coritiba;

– A entrada de um terceiro zagueiro mais atrapalhou o Atlético do que ajudou. Erwin e Rafael Zuchi se confundiram várias vezes na constante troca de posição. E Zuchi falhou no segundo gol de Alex;

– Héracles não se tornou mais ofensivo na esquerda quando ficavam os três zagueiros. Pela direita o Atlético não deve subida. Hernani e Coutinho subiam quase sempre sozinhos, facilitando a marcação;

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– Zezinho é um grande jogador, mas precisa saber que futebol se decide na bola, não na macheza. Não tem dividida em que ele não deixe o cotovelo ou a sola de troco para o adversário. Isso é deslealdade que não cabe em um potencial craque;

– Numa dessas, Zezinho perdeu a dividida para Gil no meio e permitiu ao Coritiba contra-atacar no mano a mano: Alex, Robinho, Rafinha e Deivid contra Zuchi, Erwin, Costa e Héracles. Zuchi e Héracles fecharam em Deivid, Costa não viu Alex surgir por trás dele para empatar o jogo;

– Deixei a pergunta semana passada sobre Marquinhos Santos ser o cara certo para o Coritiba na Série A. Como não expliquei, deixei aberto a qualquer tipo de interpretação, inclusive de ter sido uma ironia. Não foi. Acompanho vários treinos do Coritiba. Sei como é o trabalho diário de Marquinhos. E que o desempenho nos jogos não reflete o que é treinado. Ontem foi exceção, não regra. Para esse colunista, Marquinhos continua em aberto. Para a diretoria, que é o que importa, ele está mais firme do que nunca;

– Não há justificativa para Marquinhos Santos ter passado a perna em Edigar Júnio;

– Mesmo sem título, é provável que Arthur Bernardes reabra portas no mercado nacional com o vice-campeonato. Cabe um sincero “Vai com Deus, guri” a um treinador que mais atrapalhou do que ajudou a garotada rubro-negra;

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– Santos, Bruno Costa, Renan Foguinho, Zezinho, Hernani e Douglas Coutinho. Seis belos reforços para o time principal do Atlético, que precisa de mais para ter um Brasileiro seguro;

– Um lateral-direito, um lateral-esquerdo e um atacante para a reserva de Deivid. É o mínimo que o Coritiba precisa para ter um Brasileiro seguro;

– Escudero foi menos trágico do que nos Atletibas anteriores, mas outra vez apresentou um futebol limitado. A saída de bola com ele na esquerda, se não acabava no pé do adversário, era porque um companheiro havia aparecido em seu socorro;

– Chico foi definitivamente salvo por Marquinhos Santos;

– Júnior Urso é o melhor primeiro volante que o Coritiba tem hoje. Mereceu ser titular na final;

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– E Geraldo, definitivamente, quer dizer “cara muito largo” em português de Angola;

– Alex é o grande personagem do futebol paranaense atual. Pelo que joga e pela capacidade cada vez mais rara de manter um relação de amor com um time. Os dois gols na final foram uma recompensa justa.