Mais um Atletiba virou história. E, como é praxe, mais um pacote de pitacos do clássico. Sente o drama…
– O Atlético jogou melhor, foi mais organizado. O Coritiba ganhou o jogo porque aproveitou a única chance real que teve e porque Marcão… ei, Marcão, o que aconteceu?;
– O jogo melhor do Atlético começou defensivamente. Detalho lá embaixo no campinho, mas basicamente Alberto congestionou o meio-campo, fechou os espaços e desfez o posicionamento em linha da defesa;
– O Coritiba travou nesse bloco de até nove jogadores que o Atlético construiu na marcação. Travou porque não tinha espaço, mas também porque Robinho e Bottinelli se entregaram à marcação;
– Júnior Urso era o único jogador do Coritiba livre para jogar. Obviamente, pouco aconteceu ofensivamente. Sobrou só a bola parada para o Coxa;;
– Everton Costa jogou errado. Aberto pelo lado esquerdo, quando o óbvio seria jogar pela direita, em cima de Pedro Botelho. No estágio atual, é inadmissível um adversário do Atlético não por alguém nas costas do Botelho;
– Depois de marcar bem, o Atlético começou a jogar. Mas aí faltavam opções. Everton foi gigante pela esquerda. Ajudou a fechar o setor com João Paulo e deitou em cima de Victor Ferraz. Zezinho não fez o mesmo pela direita. E por bola alta para Ederson é perda de tempo;
– João Paulo, aliás, jogou bem. Foi o organizador que o Atlético precisa;
– Chico foi gigante na zaga coxa-branca. Como escrevi anteriormente, Marquinhos Santos salvou Chico. Fez ele passar de dispensável a peça fundamental no elenco. Será reserva de Emerson, mas não provocará sustos quando precisar jogar;
– Escrevi no tempo real da Gazeta que trocar Everton Costa por Geraldo não resolveria os problemas do Coritiba, que o problema estava no meio. Realmente estava. O Coritiba só assumiu o controle do jogo quando abriu Lincoln por um lado e Geraldo pelo outro. Equilibrou a briga pelo meio e ganhou opções do lado do campo;
– Bastou uma bola para Alex decidir o jogo. E essa bola foi em cima de Pedro Botelho, para quem basta uma bola para perder o jogo. O Atletiba #357 foi decidido pelos ícones dos dois times;
– Robinho quis chutar. E chutou muito mal. Mas Geraldo tem uma estrela imensa em Atletibas. O que não apaga uma realidade. Por mais que tenha mais disposição que Everton Costa, não chega perto do nível de Rafinha. Mas merece ser titular;
– Chamei Alberto Valentim de cheerleader descontrolada há algumas semanas. Ontem, ele foi agitado na medida certa e fez uma belíssima armação defensiva, coisa de quem passou uma década na Itália. Ótima primeira impressão como piloto do banco de reservas;
– Outro dia o Cristian Toledo mencionou o Crislan, de quem eu nem lembrava mais, como opção ao ataque rubro-negro. Fato. É impossível que Crislan não possa, pelo menos, aparecer em um banco com até 12 opções para que o Atlético não dependa apenas de Marcão como homem de área;
– Apostar em Marcão é jogar uma moeda pra cima, você nunca sabe o que vai acontecer. Ele pode dar um toque sutil por cima do goleiro e decidir o jogo, como diante da Ponte, ou fazer o que fez ontem, diante de Vanderlei;
– Um amigo tuiteiro resgatou uma frase que nem eu lembrava que havia dito, mas que vem bem a calhar. Time que joga mal está sempre perto da derrota. O Coritiba é líder com méritos, mas precisa render muito mais do que no Atletiba para manter-se no G-4;
– Outra verdade da bola é que quem joga só para se defender também está sempre perto da derrota. Vale para o Atlético. Alberto encontrou uma maneira de arrumar a defesa. Mancini tem de aperfeiçoar essa fórmula, sem perder o rendimento ofensivo da era Drubscky;
– Gostei do Felipe Gomes da Silva.
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Um pouco de tática para arrematar.
O primeiro campo mostra o formato inicial dos dois times. O Atlético marcava com nove peças. As mais importantes eram as quatro entre Juninho e Ederson. Juninho e Zezinho pela direita, Everton e João Paulo pela esquerda formavam duplas que tiravam o espaço dos meias abertos e dos laterais do Coritiba. Além disso, protegiam Léo e Pedro Botelho. Alex não recebeu marcação individual como nos Atletibas do Boqueirão. Deivid ficou isolado no ataque — e pouco fez para fugir desse isolamento. Everton Costa jogou errado, aberto pela esquerda. Sobrou só Júnior Urso solto.
Projetando o trabalho de Vagner Mancini, é provável ver o Atlético jogando com três volantes. O Paulista de Jundiaí campeão da Copa do Brasil de 2005 tinha três volantes e dois meias abertos, como o Atlético de ontem. Os últimos trabalhos do treinador tinham, invariavelmente, três volantes, um meia avançado e dois atacantes. Não deve fugir disso.
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Segunda situação, do melhor momento do Coritiba no clássico. O time já vencia por 1 a 0 e Marquinhos Santos trocou Bottinelli por Lincoln. O Coxa que estava encaixotado na marcação rubro-negra, errando muitos passes no curto espaço que tinha para jogar, conseguiu ampliar o campo de jogo. Lincoln na esquerda e Geraldo na direita deixaram o jogo mais lateralizado. Robinho veio jogar mais perto de Urso e o Coxa ganhou uma ponte entre a defesa e Alex. Foram 15, 20 minutos em que a bola ficou muito mais tempo no pé do Coritiba e o Atlético pouco atacou. O panorama mudou com a entrada de Paulo Baier.
Na semana passada, Marquinhos Santos chegou a treinar uma formação parecida com essa. Ao invés de Lincoln, era Everton Costa pelos lados com Geraldo. Uma opção para abrir um jogo que demorasse a sair 0 a 0, com Deivid recuando para dar espaço à entrada em diagonal dos dois velocistas. Parecia ser o caminho que Marquinhos adotaria no intervalo. Acabou sendo, com uma adaptação, a maneira de manter o 1 a 0.
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