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A grande novidade do Coritiba na retomada do Brasileirão é o lateral-esquerdo Abner. Melhor jogador da seleção brasileira no Sul-Americano Sub-17, chamado para a Sub-20 com apenas 17 anos e tratado como uma joia dentro do Alto da Glória, o lateral foi integrado ao elenco profissional durante a intertemporada e já viajou para a partida contra o Flamengo, em Brasília.

O curioso é que para contratar Abner, o Coxa precisou vencer um Atletiba nos bastidores. Para tanto, contou com a ajuda de outra revelação alviverde, protagonista da maior negociação da história do clube. Quem me contou a história foi o próprio Abner, em março, no CT de Cotia, durante a preparação da seleção Sub-17 para o Sul-Americano.

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Abner morava com a família em Santos quando foi descoberto pelo PSTC, em 2010. Rapidamente virou titular e começou a se destacar no Campeonato Paranaense Sub-15. No meio daquele ano, não havia dúvida de que era o grande nome, o garoto mais promissor daquele time.

Foi exatamente essa pergunta que Rafinha fez a Mário Iramina, presidente do PSTC. Formado pelo clube do interior e revelado pelo Coritiba, o lateral-direito do Bayern de Munique passava férias em Londrina, enquanto negociava sua saída do Schalke 04. A pergunta a Iramina tinha um objetivo bem claro. Rafinha estava disposto a ajudar financeiramente o jogador indicado pelo dirigente.

“Ele mandava dinheiro para eu me manter na cidade, me dava material esportivo, conversava bastante comigo sobre o futuro”, conta Abner, apadrinhado por Rafinha, que se impressionou ao ver o novo afilhado jogar.

Com o suporte ilustre, Abner continuou fazendo uma grande temporada. O PSTC sagrou-se campeão estadual Sub-15, na decisão contra o Trieste, e o lateral começou a chamar a atenção dos clubes da capital.

O Coritiba ofereceu um acordo para a disputa da Copa Votorantim, no início de 2011. O PSTC aceitou e o lateral fez um bom campeonato, apesar de o Coxa ter se despedido logo na primeira fase, com três derrotas. Era o bastante para uma proposta alviverde de negociação em definitivo.

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O problema estava na concorrência. Parceiro histórico do PSTC, onde foi buscar Kléberson, Dagoberto, Fernandinho e Jádson, entre outros, o Atlético também demonstrou interesse. Aí, Rafinha entrou em cena novamente.

“O Rafinha disse para eu jogar no Coritiba. Como ele tinha jogado lá, falou que era a melhor opção”, conta Abner, que aceitou o conselho do ídolo e tutor.

Pelo Coritiba, Abner passou por todas as seleções de base. Também foi como jogador alviverde que recebeu um castigo de Marquinhos Santos, ex-técnico da seleção sub-15 e seu atual chefe no Alto da Glória. Ficou fora do Sul-Americano da categoria no fim de 2011, por questões disciplinares.

“A boa fase naquela idade mexeu com ele, com as pessoas que o cercam, e hoje ele voltou a trabalhar, colocou os pés no chão e teve uma evolução muito grande”, contou Marquinhos Santos recentemente, em entrevista ao blog Prata da Casa, do Dassler Marques.

Com os pés no chão e a carreira em ascensão, Abner está prestes a viver uma situação curiosa. Pode fazer seu primeiro jogo como profissional dentro do Couto Pereira no próximo dia 14. Um Atletiba, exatamente contra o rival em que ele escolheu não jogar por seguir o conselho do seu tutor. Um lateral que conquistou a torcida coxa-branca e deixou 5 milhões de euros nos cofres do clube quando foi vendido para a Europa. Uma trajetória que Abner tem toda a capacidade de repetir.

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