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A absolvição do Rio Branco – e a consequente confirmação do rebaixamento do Paraná no estadual – desenha um 2012 sombrio na Vila Capanema. O clube encerra a temporada atual no próximo sábado, contra o Bragantino, e só volta a disputar uma partida oficial, na melhor das hipóteses, dia 7 de março, quando começa a Copa do Brasil, para a qual deve obter vaga via Ranking Nacional de Clubes. Competição regular, somente a partir de maio, com a Segundona estadual e o início do Brasileiro. Para ficar pior, só mesmo se o time cair na Série C, o que pode fazer o calendário nacional durar apenas de maio a julho (início e fim da primeira fase).

Há como atenuar o problema? Sim. A Federação Paranaense poderia fazer a sua parte, puxando a Segunda Divisão para o início do ano, coincidindo com a Primeira. Minas Gerais fez isso ano quando o Ipatinga caiu para a Segunda Divisão estadual e disputaria a Série B do Brasileiro. E o Ipatinga está longe de ter no futebol mineiro o peso que o Paraná tem no futebol brasileiro. Para fazer política, Hélio Cury manterá tudo como está, em um cenário que só serve para os empresários que poderão alugar o mesmo elenco duas vezes no ano e para o departamento de registros da FPF, que terá mais trabalho, mas também arrecadará mais dinheiro com transferências em massa.

A grande mudança precisa ser dentro do Paraná. A humilhação de jogar a semi-amadora segundona paranaense tem que servir como um choque de realidade para a diretoria. O mesmo grupo que comanda o Paraná há anos, com apenas algumas mudanças de nome, mas sempre a mesma gente, o mesmo pensamento, o mesmo modus operandi, as mesmas queixas, as mesmas desculpas.

Há anos os problemas financeiros são justificativa para as dificuldades no Paraná. Claro, eles existem, não são poucos. Mas é preciso saber identificar o momento em que o problema maior deixa de ser o aperto financeiro em si e passa a ser a incompetência em superá-lo. Esse momento já ficou para trás há muito tempo na Vila Capanema. Não é de hoje que a incompetência administrativa é o grande mal do Paraná, é o que mantém o clube afundado no caos. Basta lembrar que o último bom time formado com autonomia pelo Tricolor foi o quadrifinalista da Copa do Brasil e vice-campeão estadual em 2001, dez anos atrás. Desde então, os raros bons momentos foram patrocinados por empresários e as muitas crises sempre tiveram as digitais da diretoria bem gravadas.

Nos próximos meses o torcedor paranista ficará com os ouvidos inchados de ouvir que o calendário mais curto dificulta a captação de recursos, que ninguém quer jogar segunda divisão estadual, que a única solução é se associar a empresários etc. Mas é preciso ter em mente que foi o grupo do qual a diretoria eleita semana passada faz parte que cavou esse buraco em que o Paraná se enfiou. E que esse grupo tem a obrigação de encontrar uma maneira de fazer o clube voltar a crescer. Sim, a torcida é fundamental. Mas mesmo aqueles mais fiéis, que estão na Vila Capanema todo o jogo, chova ou faça sol, precisam de um alento para voltar a acreditar.

Hoje, está claro que o futebol paranaense tem dois clubes grandes. O Paraná não é um deles. E tem um longo caminho a percorrer para equiparar-se novamente à dupla Atletiba.

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Torcedores do Paraná foram à Vila Capanema protestar e pedir que o time evite o rebaixamento à Série C. A situação é delicadíssima e o torcedor tem todo o direito de protestar, pacificamente, como, segundo consta, foi feito hoje. Espero que o tom adequado seja repetido no sábado, seja qual for o resultado.

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