O assunto do dia no futebol brasileiro é o AVC sofrido pelo técnico Ricardo Gomes, domingo, durante o segundo tempo do clássico Vasco x Flamengo, no Engenhão. Particularmente, me junto à corrente pela recuperação do treinador, seja para seguir no futebol ou simplesmente para seguir sua vida ao lado da família e dos amigos.

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O motivo desse post – mais do que reforçar essa corrente – é falar da história de Ricardo Gomes e do auxiliar Cristóvão Borges, que irá dirigir o Vasco provisoriamente, com o futebol paranaense. Os dois passaram pelo estado. Ricardo pelo Coxa, já como treinador; Cristóvão pelo Atlético, ainda como jogador.

A passagem de Ricardo Gomes pelo Couto Pereira foi breve e malsucedida. Ele treinou o Coritiba entre as duas passagens de Ivo Worttmannn pelo clube em 2001 – entre uma e outra, Ivo foi para o Cruzeiro, fracassou e voltou arrependido para o Alto da Glória.

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O melhor momento em campo foi, curiosamente, uma vitória sobre o Cruzeiro de Ivo, por 3 a 2, em uma partida em que o técnico gaúcho foi recebido a moedas e gritos de “Mercenário!” (vídeo acima). Talvez tivesse sido melhor se Liédson não tivesse passado despercebido, sem sequer treinar entre os reservas.

Mas a melhor história da passagem de Ricardo foi nos bastidores de uma mesa redonda na TV. A uma certa altura do enfadonho debate, o apresentador disse que o Ricardo, que morou tantos anos na Europa, certamente apreciaria o vinho do patrocinador do programa. Já saindo da sede da emissora, Ricardo Gomes, bem-humorado, falou ao assessor de imprensa do clube: “O time tem 11 titulares, mais uns quatro jogadores que vão atuar com alguma frequência. Então, por favor, só me traz aqui de volta daqui a 16 semanas e pode pegar esse vinho para você”.

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Cristóvão (à esq.) na comemoração por um dos gols de Agnaldo no jogo que deu ao Atlético o título estadual de 1985
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A passagem de Cristóvão pela Baixada foi dentro de campo e marcante, tanto no início quando no fim. Cristóvão chegou ao Rubro-Negro como parte do pagamento da transferência de Assis e Washington para o Fluminense. O Casal 20 seguiu para as Laranjeiras, Cristóvão desembarcou na Praça Afonso Botelho acompanhado de Cândido, Zezé Gomes e 130 milhões de cruzeiros.

Rapidamente Cristóvão transformou-se no principal armador do Furacão, cumprindo a função que era de Assis. Foi campeão paranaense em 1983 e 1985. No segundo título, fez um gol simbólico: o terceiro da vitória por 3 a 0 sobre o Londrina, o jogo da taça. Foi o último gol do Atlético na Baixada antes de Onaireves Moura levar o clube para o Pinheirão.

No início de 1986 Cristóvão foi para o Corinthians. De lá seguiu para o Grêmio, onde foi ídolo no mesmo time que revelou Assis e projetou Cuca.

Cristóvão e Ricardo começaram a trabalhar juntos em 2003, no Juventude. No ano seguinte, Ricardo Gomes levou Cristóvão Borges para ser seu auxiliar na Seleção sub-23. Os dois seguiram trabalhando juntos, até o problema de saúde do treinador dar uma inesperada e indesejada chance ao ex-meio-campista de estrear como treinador principal.