Robinho foi o cara da vitória do Coritiba sobre o Rio Branco. Como segundo volante, deu ao meio-campo a opção de chegada que o time não tinha desde a saída de Léo Gago, no fim de 2011. Conseguiu isso porque tem técnica apurada e soube aproveitar os espaços abertos no meio-campo para participar dos três gols marcados pelo Coxa enquanto esteve em campo. Presta atenção no serviço…
1 x 0: Entrada em diagonal
No primeiro gol, Robinho pega a bola próximo à linha lateral, em uma posição típica de segundo volante. Note na imagem congelada que há um espaço vazio entre Robinho e a grande área. Ele pega a bola e avança até onde está o árbitro. Quando a marcação fecha — vão três jogadores em cima dele –, Robinho enfia para Alex, que entra na área livre para marcar.
2 x 0: Elemento surpresa
Escanteio pela direita e a marcação do Rio Branco dá um mole tremendo: deixa Robinho, que em tese seria o homem do rebote, correr em direção do bico da grande área. Ali ele recebe livre e cruza para Escudero marcar de cabeça. Mérito do treinador, pois é um típico gol de jogada ensaiada — e Marquinhos Santos trabalha demais esse tipo de lance nos treinos. Mas também conta a capacidade técnica do jogador — tem muito volante que mandaria essa bola no último degrau da arquibancada.
3 x 0: Chegada no mano a mano
O desenho tático do Coritiba contra o Rio Branco era bem claro: Deivid centralizado na área, Rafinha por um lado, Zé Rafael pelo outro e Alex centralizado um pouco mais atrás. Com três zagueiros e dois volantes, o Leão poderia, na teoria, marcar o quarteto e ainda ter uma sobra. A chegada de Robinho quebrava essa cobra. Foi assim no terceiro gol. Caimmy (2) marca Patric, que está fora da imagem. Zé Rafael, Rafinha e Deivid têm marcação individual e Robinho (na beirada da imagem) aparece onde, em tese, deveria estar Alex. Os marcadores do Rio Branco dão o bote atrasado em Rafinha, Deivid e Robinho, que faz o gol após assistência do camisa 9.
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Ok, Robinho foi, por A + B, fundamental para a vitória do Rio Branco. Deu ao Coritiba uma opção no meio-campo que permite maior ofensividade. A questão é: funciona para a temporada? Ou melhor dizendo: funciona contra um adversário que marque e, principalmente, ataque melhor?
Qualquer time que jogue um pouco mais que o Rio Branco exigiria mais marcação do meio-campo coxa-branca e não daria o espaço em que Robinho carimbou dois gols e fez outro. Claro, o Coritiba com o meio-campo de sábado tem mais chance de manter a posse de bola, a estratégia mais eficiente de um time se defender. Mas sem ela, precisaria dar algo que talvez essa formação não tenha: um forte poder de marcação.
Dá para atenuar isso prendendo os laterais, o que também exigiria um posicionamento mais à frente da linha defensiva — para não impor uma marcação forte muito perto do gol. Isso, porém, exige treinamento e testes, outro problema nesse momento. O Coritiba terá cada vez menos semanas cheias daqui pra frente. Os jogos também são pouco favoráveis a testes. Experimentar essa formação no Atletiba, contra o Londrina ou nas finais tem um risco grande embutido. Pode ser contra o Sousa ou na fase seguinte da Copa do Brasil, é verdade. Mas talvez não haja tempo para chegar a uma conclusão segura.
O mais provável é que a boa experiência com Robinho de segundo volante fique para momentos específicos do jogo ou partidas mais tranquilas. Uma ótima opção. Mas, dificilmente, o plano A do Coritiba para a temporada.
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