O Atletiba 359 teve um time só em campo, vestindo rubro-negro. O Atlético jogou reforçado por jogadores trazidos para o time principal ou que participaram das duas partidas contra o Sporting Cristal, pela Libertadores. Uma evolução interessante do projeto do ano passado, integrando mais as duas equipes. Para o Coritiba, a experiência com os garotos terminou mal, mas não deve ser descartada — mais tarde pingo um post só sobre isso. Por ora, chega de conversa mole e vamos aos pitacos do clássico.
0 Areião da vila
Com o sol de hoje, faltou areia e mar para Curitiba ter um domingão de praia. Ou melhor. Na Vila Capanema, faltou só o mar. Teve areia de sobra no gramado. Qualquer quique da bola, pique mais intenso ou dividida forte levantava uma pequena nuvem arenosa. E o gramado não tem nem um ano de vida…
1 Igor Leandro
O zagueiro teve um Atletiba para esquecer. Com pouco mais de meia hora em campo, chegou atrasado em todas as divididas, fez faltas desnecessárias e ainda cometeu um pênalti absurdo. Precisará ser melhor trabalhado na base.
2 Keirrison
O início do Paranaense valeu apenas para o K-19 ter uma sequência de cinco partidas, algo que não acontecia há mais de dois anos. Futebol que é bom, nada. Sua sonolência foi, com raras exceções, o símbolo do Coritiba no clássico.
3 Público do clássico
Os poréns vocês sabem, então vou economizar caractere. Mesmo com todos eles, não dá para engolir um Atletiba com 6 mil pagantes.
4 Rodolpho Toski Marques
O árbitro foi bem, não comprometeu, mas quase errou feio no lance capital da partida. Antes de Igor Leandro dar uma raquetada na bola, Paulo Otávio já havia cometido pênalti em Crislan (aí está a foto que não me deixa mentir). Toski não deu. E quase não deu o pênalti de Igor Leandro. Só foi marcar após ser alertado pelo auxiliar Rafael Trombetta.
5 Douglas Coutinho
Sacrificado contra o Sporting Cristal após a expulsão de Zezinho, Douglas Coutinho voltou ao normal no Atletiba. Aberto pela direita, não mais centralizado, atropelou Paulo Otávio. Quando migrou para o meio, abriu espaço na sonolenta zaga coxa-branca, como no lance em que girou rápido na meia-lua e deu o gol para Marcos Guilherme
6 William
Se o goleiro toma três gols e ainda assim é um dos destaques da partida, a conclusão só pode ser uma: o time dele foi atropelado. Foi exatamente o que aconteceu no Atletiba. William só não parou o Atlético em um pênalti e em dois tiros à queima-roupa. Nenhum outro garoto coxa sai tão valorizado deste início de Paranaense quanto ele.
7 As traves do Viaduto do Colorado
Suspeito que vá ter atleticano querendo levar embora as traves do gol à direita das sociais da Vila Capanema quando a Arena estiver pronta. Em menos de uma semana, o Atlético concebeu ali o milagre da classificação à fase de grupos da Libertadores e abriu o caminho para vencer o Atletiba, sempre em cobranças de pênalti.
8 Bruno Mendes
O camisa 9 estreou em alto nível. Fez gol, deu bicicleta, correu feito um maluco até perder o fôlego. Tanto esforço foi reconhecido na sua substituição, aplaudida pelo público. Com Marcelo machucado, é favorito a ser titular contra o Strongest.
9 Um só Atlético
Petkovic revelou ter pregado esse discurso na conversa pré-jogo com o elenco. Hoje, o Atlético não tem dois grupos como em 2013, mas um grupo grande, com peças que estão só no grupo da Libertadores, porque não precisam provar mais nada; outras que estão só no Sub-23, pois ainda precisam camelar um pouco; e outras que vagam entre os dois grupos, seja para ganhar ritmo ou para cobrir lacunas. Uma transição mais ágil e inteligente, que indica uma evolução no projeto do ano passado.
10 Efeito Libertadores
A classificação sobre o Sporting Cristal mudou o Atlético. Ainda não se sabe a duração dessa mudança, mas ela era latente no clássico. Seja pelo comportamento da torcida, seja na atitude dos jogadores em campo. Um fator determinante no clássico.
Os prêmios do clássico
Minha planilha que não falha (de estatística inútil)
O Atlético não vencia o Coxa por três gols de diferença desde a Copa 100 Anos, em 2006 – 4 a 1, na Arena. Ah, mas eram times reservas e o torneio só existia na cabeça do Moura. Ok. O Atlético não vencia o Coxa por três gols de diferença desde a Seletiva da Libertadores, em 99 — 4 a 1, no Couto Pereira. Ah, mas não é Paranaense. Tá bom! A última goleada no Paranaense foi em 1998, na final, 4 a 1 no Pinheirão. Enfim. A última goleada rubro-negra em um Atletiba havia sido por 4 a 1.
Um abraço pro contexto (de melhor frase)
“Tem de ter tranquilidade agora para não falar besteira. Os meninos têm muito para mostrar ainda. Nosso time se omitiu algumas vezes, o deles foi melhor”
Eltinho, lateral do Coritiba, que até tentou livrar a cara da garotada, mas depois falou o que todo mundo viu.
Vai com Deus, guri! (de personagem que pode pegar um Penha)
Thiago Primão e Zé Rafael
A dupla passou os cinco jogos do Paranaense agindo como se já estivessem com a vida ganha, não como meninos que tinham pouco tempo para mostrar seu valor. Precisam ser emprestados, penar um pouco para talvez serem úteis ao Coritiba. Um Penha pra eles. E daqueles bem desconfortável, cadeira elétrica, para criar calo no traseiro.
Vai ganhar o Motorrádio (de craque do Atletiba)
Marcos Guilherme. Em um Atlético reforçado pelo time principal, o puro-sangue no Sub-23 deitou em cima de Rhuan, lateral do Coxa, e ainda fez um gol.
Os prêmios do clássico