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Conversei ontem à tarde com o Gilson Bento Coutinho, observador de arbitragem do jogo entre Londrina e Coritiba. Está publicada na Gazeta do Povo de hoje. Pela impressão do estádio, ele teria dado três pênaltis — dois para o LEC, outro para o Coxa — e ficou na dúvida apenas no lance do Pereira.

Esse, porém, não será necessariamente o veredicto que estará no relatório que ele entrega hoje à Comissão de Arbitragem. Coutinho assistiria ao videoteipe do jogo antes de redigir o documento. Isso mesmo: a avaliação final de Felipe Gomes da Silva — e funciona assim com todos os jogos — será resultado da combinação entre o que foi visto no estádio e o suporte eletrônico.

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Somente pelo estádio, Felipe estaria frito. Seriam três pênaltis não dados em um jogo que decidiu o turno, com estádio lotado e transmissão em rede estadual pela TV aberta. Pegaria uma geladeira daquelas. Talvez voltasse apitando a Suburbana. O auxílio eletrônico pode absolver o juiz — ou condená-lo com mais veemência.

Se a televisão serve para julgar o juiz, por que não pode servir para ajudá-lo a decidir lances polêmicos dentro da própria partida? Gosto demais do sistema de desafio adotado no tênis, que permite, em um pacote de torneios, ao jogador questionar marcações da arbitragem duas vezes por set. O jogo é parado, o computador entra em ação e se tira a dúvida. Na NFL, há uma comissão de árbitros auxiliando o juiz de campo em lances pontuais.

No futebol, um sistema similar seria muito bem-vindo para detectar se a bola ultrapassou ou não as linhas extremas do campo e tirar dúvidas de mão na bola ou bola na mão. (Sou contra usar para impedimento se o congelamento da imagem for obrigatoriamente feita por um ser humano, tão sujeito a erro quanto o juiz. Basta lembrar do clássico gol anulado do Vasco contra o Corinthians, na Libertadores do ano passado — impedimento no tira-teima da Globo, legal no tira-teima da Fox.)

Como já discuti esse tema em outras ocasiões, sei bem as argumentações contrárias: 1) O futebol é muito maior que o tênis; 2) Não haveria como instalar o sistema em todos os estádios do mundo; 3) Isso tiraria a graça do futebol.

Muito bem. Se o futebol é muito maior que o tênis — e é mesmo — deve se preocupar muito mais e ser bem mais enérgico em medidas que melhorem o jogo — e aprimorar a arbitragem é uma delas.

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A Fifa tem dinheiro suficiente para, com seus programas de desenvolvimento, garantir o auxílio eletrônico na primeira divisão até dos países de futebol mais incipiente. Nos países maiores, ligas e confederações têm caixa para implantar o sistema nas divisões realmente profissionais. No Brasil, um dos muitos contratos milionários da CBF bastaria para oferecer o suporte nas primeiras divisões estaduais e nas competições nacionais. É algo muito mais ligada à vontade de fazer do que questão financeira. O mesmo vale para a necessária profissionalização dos árbitros, tema que merece um post exclusivo.

Sobre a graça do futebol, duvido que os londrinenses tenham se divertido com os lances polêmicos de domingo, decididos por apenas uma pessoa. Duvido também que os coxas estejam dando gargalhadas de ouvir e ler que o título do primeiro turno foi roubado.

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Para quem quer saber o que o blogueiro pensa dos lances de domingo, basta ler o post abaixo.