Uma boa campanha serve para, entre outros coisas, te permitir passar por uma fase ruim sem sofrer grandes prejuízos. É o que acontece agora com o Paraná. A boa arrancada na Série B é o que sustenta o clube entre os quatro primeiros colocados mesmo após somar apenas um ponto nos três jogos mais recentes. Isso e o bem-vindo tropeço coletivo de Goiás, Americana e ABC, os times que poderiam ter tirado o Tricolor do G-4.
Além da necessidade de reação imediata, a pior sequência tricolor deixa outro indicativo claro: a dificuldade paranista em somar pontos contra equipes paulistas. O Tricolor não venceu um confronto sequer contra equipes de São Paulo. Em casa, empatou com a Portuguesa (1 x 1), perdeu para Ponte (0 x 1) e Barueri (1 x 3); fora, empatou com o São Caetano (1 x 1) e perdeu para o Americana (0 x 1). Ainda terá pela frente Guarani e Bragantino neste turno, além de enfrentar todos novamente no returno.
A dificuldade tricolor pode ser explicada pela capacidade maior de investimento dos paulistas, que permite a eles ter times melhores e mais experientes. Contra a Ponte, o Paraná mal conseguiu atacar e foi derrotado quando descuidou da marcação do melhor jogador da competição até aqui. Contra o Barueri, jogou o primeiro tempo inteiro no campo de ataque, mas sucumbiu diante de um time disposto a amarrar o jogo o quanto pudesse (O Barueri usou até o fair play para catimbar) e aproveitar as poucas chances que tivesse de chegar ao gol tricolor.
Os clubes paulistas correspondem a mais de um terço dos participantes da B e não dá para admitir um aproveitamento de 13,3% contra eles, rendimento de time rebaixado. Diante dos adversários dos demais estados, o Paraná ganhou 73,3% dos pontos, campanha de campeão.
O problema é que a combinação dos dois aproveitamentos resulta em uma projeção preocupante. Caso mantenha esse desempenho contra os dois blocos, o Paraná fecha a Segundona com 59 pontos. Dois 20 times já promovidos da B para A pelo sistema de pontos corridos, somente um subiu com mesnos de 60 pontos: o Vitória de 2007, com os mesmos 59. Em regra, é preciso fazer mais de 63 para subir.
A diferença parece pequena, mas se torna mais significativa se lembrarmos que o Paraná enfrentará cinco paulistas nas sete rodadas finais da Série B. Até lá, há tempo suficiente para aprender a vencer os adversários mais duros da Segundona – ou fazer uma campanha tão espetacular diante dos demais oponentes que pontuar diante dos paulistas será mera formalidade para carimbar o acesso.
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