Caros amigos, sumi no fim de semana para dar uma necessária descansada. Por isso o blog ficou às moscas. Como nossos times também não compareceram, ficamos empatados e bola pra frente. Sábado tem Atletiba, então o clássico será tema dominante por esses dias.

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Para aquecer, resgato um texto escrito antes do primeiro Atletiba do ano, o 4 a 2 do Couto Pereira. Saiu na Gazeta do Povo impressa e para mim teve um sabor especial. Depois de meia década trabalhando como editor de Esportes da Gazeta do Povo, finalmente pude acompanhar a semana do maior clássico do estado sem a tensão que cerca a cobertura de um Atletiba. Lá no pé, dois vídeos do YouTube com Atletibas marcantes dos anos 90. A partir da manhã tem produção inédita por aqui de novo.

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Atletiba

Fosse um ano atrás, o Atletiba de domingo já estaria reforçando o vigoroso crescimento de cabelos brancos na minha cabeça. Semana de clássico sempre é diferente, mas quando se trata daquele que é O clássico do nosso futebol, o sentimento e a responsabilidade são especiais.

Cobrir um Atletiba é como jogar um Atletiba. Digo isso com a autoridade de quem nunca calçou um par de chuteiras em um confronto entre atleticanos e coxas-brancas, mas forjou boa parte da sua cultura futebolística no cimento úmido e molhado do Couto Pereira ou do Pinheirão, mesmo quando estavam em campo Will, Agamenon, Afrânio, Cruvinel, Pirata, Biluca, Ricardo Ferraz, Pedro Aruba.

Quem sabe que você é jornalista esportivo te olha de maneira diferente quando há um Atletiba marcado para domingo. O caixa da padaria tenta decifrar nos seus olhos o time da sua preferência enquanto dá o troco do pão. Os amigos, com um terno e ameaçador tapinha nas costas, dizem: “Vê lá o que você vai escrever da gente, hein!”. No café sempre aparece aquele colega que mal te dá bom dia com uma ideia genial de matéria.

Ida ao bar também é pouco recomendável. Sempre há a chance de encontrar alguém disposto a discorrer sobre como o time de coração vai ganhar o jogo ou como o seu veículo simpatiza com o rival daquele torcedor. Além, claro, do risco em que somos solidários a qualquer jogador: um resultado ruim será diretamente associado à sua vida noturna.

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Assim como um jogador, quem cobre um Atletiba sempre busca alguma arma especial. Há longas preleções para encontrar uma maneira de surpreender a concorrência e o público. É preciso jogo de cintura para driblar os lugares-comuns. Como também é necessário ter visão para descobrir uma brecha que te levará a uma matéria especial, a um grande texto, o gol de todo o jornalista, mais especial por ser em um clássico.

Neste fim de semana, alguns compromissos com pessoas queridas, gente com quem já dividi muitos Atletibas, me levarão a Curitiba. Dificilmente estarei no Couto Pereira domingo, mas respirar o ar da cidade em um dia de Atletiba já é suficiente para matar a saudade de um expatriado. Com a vantagem de que haja o que houve durante os 90 minutos, nenhum cabelo branco vai nascer na minha cabeça por causa do clássico.

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Agora, os vídeos. Escolhi dois que, para mim, abrem e fecham um ciclo da história da dupla. O primeiro é a final do Paranaense de 1990. Couto Pereira lotado, Atlético sai na frente, Coxa vira, Atlético chega ao empate e ao título com famigerado gol contra do Berg.

Foi o fim de um período em que a dupla Atletiba reinava com sobras no futebol local. As más administrações jogaram Coritiba e Atlético em um buraco negro acentuado por um bom período de Segunda Divisão. A hegemonia local foi para as mãos do Paraná, que nasceu com dinheiro e muita vontade de romper o duopólio do futebol estadual. Aproveitou as condições favoráveis e deu início à sua hegemonia.

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O outro Atletiba é 3 a 0 para o Coritiba na penúltima rodada da Série B de 95. O Atlético já havia subido, o Coxa subiu naquela noite de Couto Pereira lotado. A volta conjunta à primeira divisão foi um marco para a dupla Atletiba. A partir dali os maiores rivais do estado começaram a recuperar terreno, colocar-se ombro a ombro com o Paraná e, logo depois, deixaram o Tricolor para trás.

Enfim, outro dia eu aprofundo mais essa teoria. Agora, chega de blablablá. Confiram as matérias. As duas são muito boas, registros fantásticos de dois grandes Atletibas.

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