O Atletiba do próximo domingo, 4 de dezembro, será o maior da história
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Meus amigos, escrevo ainda com as mãos um pouco trêmulas e a respiração levemente acelerada. Que domingo! A cada gol, um novo cenário na disputa pelo título, pela Libertadores e contra o rebaixamento. Para o futebol paranaense, o que dá para tirar é o seguinte: domingo que vem teremos o maior Atletiba da história. Coritiba e Atlético já decidiram títulos estaduais, fizeram duelo eliminatório em seletiva da Libertadores, mas nada se compara ao que teremos na Arena: vaga da Libertadores e fuga do rebaixamento em jogo.

Vamos aos cenários, que, com uma rodada pela frente, são bem mais simples.

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O Atlético precisa vencer o clássico e torcer. Torcer para que o Cruzeiro perca para o Atlético Mineiro e que o Ceará empate ou perca para o Bahia. Galo e Bahia já estão salvos, mas: 1) A torcida do Galo já está exigindo que o time faça sua parte para rebaixar o Cruzeiro; 2) O Cruzeiro não terá Fabio e Montillo, suspensos; 3) É bem possível o Ceará não vencer o Bahia, embora este Ceará costume jogar melhor fora de casa. Empate ou derrota no Atletiba derruba o Atlético.

O Coritiba estará na Libertadores se vencer, independentemente do que acontecer nos outros resultados. O Coxa seria no mínimo quinto e enfrentaria o terceiro representante da Colômbia na pré-Libertadores. Ainda teria a chance de, com uma derrota do Flamengo para o Vasco, ser o quarto colocado, tendo o terceiro representante da Bolívia como adversário. Caso o clássico acabe empatado, o Coritiba passa a fazer conta. É possível ir à Libertadores com empate ou derrota de Inter, Figueirense, São Paulo e Botafogo. Se o Coxa perder o Atletiba, aí a torcida é por derrota de Inter e Figueirense; derrota ou empate de São Paulo e Botafogo. Mais simples vencer o Atletiba.

Agora, os jogos de hoje

O Atlético foi sofrível. O América dominou a partida no Parque do Sabiá do começo ao fim. Antonio Lopes tentou surpreender o adversário com a inversão de lado de Guerrón. La Dinamita caiu pela esquerda, para jogar nas costas de Marcos Rocha. Não só o Atlético falhou na tentativa de atacar por ali como não conseguiu anular a única arma do Coelho. Os dois gols saíram por ali. No primeiro, Marcos Rocha inverteu posição com o volante Amaral, que cruzou para Kempes marcar. No segundo, Marcos Rocha fez o cruzamento e Gilson entrou pelo meio para marcar. Dois cruzamentos rasteiros, no meio da zaga. Falha defensiva pela lado do campo e no miolo da zaga.

O gol do Atlético foi quase uma casualidade, consequência de um dos raros momentos em que o Furacão conseguiu equilibrar o jogo. Foi pênalti, sim, em Marcelo Oliveira. O jogador do América não teve intenção, mas pisou no pé do atleticano. Não houve intenção, mas houve falta. Pênalti bem marcado e bem cobrado por Paulo Baier, que não foi sucedido pela esperada pressão rubro-negra.

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Pelo contrário. O Atlético voltou a se encolher. Tomou sufoco. Levou o segundo gol. Só não volta pra Curitiba rebaixado porque Ceará e Cruzeiro empataram. É essa apatia o principal adversário do Atlético no clássico. Não dá para admitir que um time lutando contra o rebaixamento jogue assim, totalmente entregue. Se quiser ter alguma chance de escapar, o Atlético precisa jogar com a mesma intensidade dos duelos contra São Paulo e Cruzeiro.

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O Coritiba também não jogou bem. Escrevi ontem que o meio-campo ofensivo de Marcelo Oliveira precisava sufocar o Avaí e levar logo o Coxa ao primeiro gol, sob risco de ceder espaço para o adversário atacar. O meio-campo não conseguia criar jogadas de ataque nem conter os contragolpes do Avaí, que foi mais perigoso na maior parte do primeiro tempo. Mereceu o gol. Só não fez porque Vanderlei não deixou. O breve brilho ofensivo do Coritiba veio de Rafinha (como sempre) e de Jonas, que até bola na trave mandou.

Marcelo Oliveira consertou o time no intervalo. Jonas ocupou a cabeça da área, o sonolento Everton Ribeiro ficou no vestiário, mas ainda faltava organização. A única jogada era enfiar bola para Geraldo na ponta esquerda. Todo mundo passou a tentar resolver sozinho e ninguém resolvia. O Avaí, fechadinho, segurava o 0 a 0.

O cenário mudou quando o Corinthians fez 1 a 0 em Florianópolis. A partir daquele momento, o Coritiba só dependia de si para ir a Libertadores. A torcida, que até então mais comemorava os infortúnios do Atlético do que acreditava no próprio time, passou a incentivar, a cantar as jogadas para um time ainda perdido, que foi se achar em uma das suas armas mais poderosas, o jogo aéreo. E aí Jéci, a quem eu e muitos coxas tanto criticamos, fez o gol que pôs o Coritiba na rota da Libertadores.

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A exemplo do Atlético, surpreendeu a apatia do Coritiba em um jogo tão decisivo. Havia desfalques, mas há resposição no elenco para passar por cima disso. No fim, passou, tropeçando. Domingo que vem, precisará fazer mais para vencer o clássico e abocanhar uma vaga na Libertadores sem depender de mais ninguém.

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