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Marcos Malucelli volta atuar diretamente no departamento de futebol do Atlético

Marcos Malucelli está de volta ao futebol do Atlético. Belo furo desta Gazeta do Povo, confirmado pelo próprio dirigente no site oficial do clube.

A atitude de Malucelli une duas práticas recorrentes no futebol: o soco na mesa e a repetição de estratégias bem-sucedidas anteriormente. O soco na mesa parte do pressuposto de que há um estado de desordem tamanho que somente o presidente pode restabelecer a ordem.

É como se o Mark Zuckerberg eliminasse todos os gestores do Facebook porque o novo sistema de marcar usuários na foto é falho e sentasse ele mesmo em frente a um computador para corrigir o código-fonte. Ou, para citar um exemplo bem brasileiro, remete aos tempos de escravidão. Se o feitor não dava jeito na senzala, o próprio senhor de engenho descia da Casa Grande e tomava o chicote na mão para restabelecer a ordem.

E aqui não é uma crítica direta ao Malucelli. É a cultura do futebol. O Petraglia mesmo já fez isso no Atlético e, seja qual for o seu clube, pelo menos uma vez ele já passou por essa situação nos últimos cinco anos.

Se a cultura do futebol dá o caminho, o sucesso da estratégia em outra época torna o soco na mesa uma alternativa quase obrigatória. Em 2008, Malucelli saiu do gabinete de diretor jurídico para o CT do Caju. Foi um sopro de novidade em um ambiente viciado. Formou com Geninho o núcleo duro que livraria o Atlético do rebaixamento dado como inevitável naquele ano. Na ocasião, de tanto dar soco na mesa Petraglia teve como única opção sair de cena. Também faz parte da cultura futebolística.

Malucelli funcionou em 2008. Antônio Lopes e Paulo Baier funcionaram em 2009. Paulo Baier funcionou mais do que o esperado em 2010. Os três estão juntos novamente e é impossível ver o Atlético manter-se na primeira divisão sem essas três pontas (direção, comissão técnica e um líder em campo) funcionarem em sintonia.

O problema é que o tempo passa. Lopes não fez nenhum bom trabalho do ano passado para cá. As pernas de Paulo Baier estão cada vez obedecendo menos o seu raciocínio. E Malucelli está muito mais para o senhor que dá o soco na mesa e desce à senzala do que para um sopro de novidade no vestiário.

Pode dar certo? Claro. Soco na mesa e café requentado costumam funcionar no futebol, embora a chance de sucesso reduza com o tempo e a repetição. Mas tão importante quanto a estratégia dar certo é trabalhar para que ela não precise ser repetida tão cedo.

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Sobre o mesmo tema, recomendo o post do futuro papai Rodrigo Fernandes no vizinho Arquibancada Virtual

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