Marcelo e Lúcio Flávio, personagens do clássico do próximo sábado
CARREGANDO :)

E o Atlético x Paraná, que parecia fadado a se tornar um animado bota-fora rubro-negro da Série B, virou decisão. O Atlético precisará ao menos empatar, sábado, no Ecoestádio, para subir sem esticar os olhos até Campinas ou Salvador. Mesmo que perca, ainda pode subir com um empurrão do Guarani ou do Ceará.

O Dérbi da Rebouças (gosto deste apelido, meio aristocrático. Poderia pegar) vai dominar a semana no futebol local. Como vários temas ligados ao jogo são previsíveis, até porque muitos estão na boca do torcedor há alguns dias, faço um apanhado de assuntos ligados ao clássico já para abrir os trabalhos. Daqui até sábado ainda conversaremos mais sobre essa partida. Segue o FAQ.

Publicidade

Atlético x Paraná é clássico?
É, sim, senhor. Não se equipara à história e à rivalidade do Atletiba, por razões óbvias, mas considerar que jogo com o Paraná é dançar com a irmã, igual a um Cruzeiro x América ou Galo x América, é provocação barata.

O Ecoestádio é seguro para o clássico?
A Polícia Militar garante que sim e tem o dever de fazer com que isso ocorra na prática. Além dos costumeiros conflitos nos terminais, há a proximidade entre o acesso das duas torcidas. No mais, como está mais fácil pacificar a Faixa de Gaza do que haver um acordo para o Atlético mandar jogos no Couto Pereira ou na Vila Capanema, não tem outro estádio para o jogo. Levar para Paranaguá ou para o interior mataria a presença de público e transformaria as rodovias de acesso ao local da partida em potenciais focos de briga.

O jogo vale o que para o Paraná?
Para o time, deixar uma boa última impressão de um ano em que as metas dentro de campo foram cumpridas. Para a torcida, segurar o Atlético na Série B será o equivalente a um título.

Mas não é melhor para o futebol paranaense ter o Atlético de volta à Série A?
Claro que é. Entre 1996 e 2005, sempre tivemos três clubes na primeira divisão. Entre 2006 e 2009, dois. Nos últimos três anos, apenas um representante em duas oportunidades. Ter o Atlético de volta, ao lado do Coritiba, é, no mínimo, frear esse encolhimento. Agora, a rivalidade é um dos principais motores do futebol desde sempre. Pedir à torcida paranista que ache o máximo o Atlético subir em cima do seu time é ser muito poliana. Seria o mesmo caso coxas ou atleticanos estivessem no lugar dos tricolores.

Se a diretoria do Paraná, por acaso, não pagar os jogadores na quarta-feira, como está prometido, haverá influência negativa no desempenho da equipe?
Os próprios jogadores têm falado bastante da influência do atraso de salário, dizem que perturba demais a semana de trabalho, mas fica de fora nos 90 minutos. O rendimento da equipe comprova. Basta ver, por exemplo, o jogo com o Vitória, disputado na semana da primeira cobrança pública à diretoria. Por um lado, levar um calote na semana do último jogo teria um efeito mais devastador, pois despertaria o medo de entrar em férias e não receber mais. Por outro, é pouquíssimo provável que a diretoria não cumpra o acordado, ainda mais com a venda de cotas de jogadores.

Publicidade

O Paraná vai treinar e concentrar para o jogo?
Sim. Com o acordo feito na quinta-feira, estão garantidos os treinamentos. A importância do jogo fez a diretoria decidir que, ao contrário das partidas contra Ipatinga e ASA, haverá concentração para o clássico.

Vai ter mala-branca?
Claro! Mas ninguém vai admitir, afinal, o CBJD proíbe a prática. O que não quer dizer que ela inexista. O São Caetano depende da ajuda de Paraná ou Ceará para subir, natural que turbine esses dois times. A propósito, não vejo essa afronta toda na mala-branca. Também discordo da legislação, que põe as malas no mesmo balaio. Há uma diferença enorme entre oferecer dinheiro para ganhar e oferecer dinheiro para perder.

Vai ter mala-preta?
Duvido. O Atlético depende apenas de si para subir e qualquer atitude nessa linha significaria um desrespeito ao elenco rubro-negro, que pegou o time numa situação péssima e o levou ao G-4 em pouco mais de um turno. Além disso, o elenco paranista não tem perfil de que aceitaria esse sonífero financeiro.

Algum perigo de pintar o Héber Roberto Lopes na arbitragem?
A possibilidade é grande. Somando as séries A e B, foram 15 duelos regionais na rodada de clássicos do primeiro turno. Catorze tiveram árbitros locais — a exceção foi Cruzeiro x Atlético-MG, mediado por Nielson Nogueira Dias, pernambucano. Mesmo o Paraná 1 x 2 Atlético, na Vila Capanema, teve apito doméstico: Edivaldo Elias da Silva, sorteado no globo que também guardava o nome de Héber Roberto Lopes.

O Atlético sobe?
Sobe. Não sei se ganhando, perdendo ou empatando. Guardei os meus poderes mediúnicos para o sorteio da Mega-Sena.

Publicidade

Curtam o clássico.