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Toninho Cecílio completou no sábado seis meses à frente do Paraná. São 27 jogos, 12 vitórias, 9 empates, 6 derrotas, 36 gols marcados e 26 gols sofridos, com aproveitamento de 55,5%. Daqui até o fim de maio, serão ainda de 10 a 14 partidas, dependendo de como o time se sair nas duas primeiras fases da Copa do Brasil e do desempenho no returno do Paranaense.

Ao fim desse pacote de no mínimo 37 jogos, Toninho Cecílio terá, ou não, seu contrato renovado para a Série B. Hoje, a intenção da diretoria é mantê-lo. Celso Bittencourt, superintendente do clube, disse que há uma satisfação geral com o trabalho do técnico, a relação dele com os jogadores e os dirigentes, levando em conta também a situação atual do Tricolor. Mesmo com a satisfação interna, uma pergunta é extremamente válida: Toninho Cecílio é o cara certo para dirigir o Paraná no Brasileiro?

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Confesso aos amigos blogueiros que, hoje, não tenho segurança para dizer que Toninho realmente seja o cara. O trabalho do treinador ano passado foi bom. Pegou um elenco abalado pela saída de Ricardinho — muitos jogadores tinham vindo por causa do antigo treinador; outros tantos, formados no clube, tinham ele como um ídolo — e transformou novamente em um time competitivo. Mesmo com a crise dos salários atrasados chegando ao ápice, conseguiu fazer boas partidas. O clássico com o Atlético é o melhor exemplo.

O Paraná manteve uma boa base para 2013. Dos titulares mais frequentes, apenas Paulo Henrique, Fernandinho e Arthur foram embora. Havia uma estrutura pronta para, com alguns reforços, evoluir e ganhar corpo até a Série B. Era o time a disputar ponto a ponto com o Coritiba o título do turno.

Nada disso aconteceu. Na prática de adaptar o time em função do adversário, o Paraná foi perdendo a identidade adquirida no ano passado. O 4-4-2 treinado durante a pré-temporada foi engavetado com a contusão de Rubinho. O 4-3-3 tem problemas frequentes na marcação (os pontas não voltam, deixando o meio-campo deserto), armação (Lúcio Flávio fica isolado) e ataque (pontas que afunilam demais, abrindo para a subida de laterais que não sabem apoiar). O Paraná real é pior que o idealizado no início do ano.

Há alguns atenuantes? Claro. As dificuldades financeiras do clube criam um clima de suspense permanente. Dos reforços, apenas Reinaldo (e depois de algum tempo no DM) realmente melhorou o time. Contusões como a de Henrique criaram buracos em um elenco curto. Os garotos pinçados da base precisam de tempo para se firmar. Os erros de arbitragem no jogo com o J. Malucelli deixaram sequelas psicológicas na equipe. O assassinato do gramado da Vila Capanema inviabiliza qualquer tentativa de jogar futebol ali. Dificilmente o Paraná conciliará um técnico melhor que Toninho com um salário que seja capaz de pagar.

Todos os atenuantes são válidos e devem ser levados em conta na avaliação do treinador. O problema é maio terminar e o Paraná ficar com Toninho mais pelos atenuantes do que pelo time que ele está construindo.

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