Quem se valer dos maiores meios de comunicação brasileiros para se inteirar do Brasil estará em maus lençóis. Aprenderá que o país vive uma guerra racial, que gays são espancados nas ruas, que os apoiadores do presidente fazem suásticas em banheiros e, eventualmente, em feministas flácidas que apresentam cortes superficiais. A população brasileira só quer fazer loquidau, protesta pacificamente por vacinas e está, em sua maioria, contrária ao presidente genocida. Um presidente, aliás, que só ganhou as eleições por causa do WhatsApp: mandando fotos da famigerada “mamadeira de piroca” para os brasileiros, estes acreditaram piamente que elas seriam distribuídas nas escolas e só por isso, enganados, votaram em Bolsonaro.
Como já escrevi aqui, tratando de uma onda de protestos europeus não noticiada, o mesmo que se passa conosco passa-se mundo afora. A grande imprensa não é mais imprensa, senão máquina de propaganda. Uma máquina que pega os fatos, lixa aqui, corta ali e os encaixa nas fôrmas preconcebidas.
A revolta em Cuba mostra isso com clareza. Súbito espalhou-se a versão – chancelada pela própria Casa Branca – de que os manifestantes cubanos se moviam pelas mesmíssimas razões que o PT e o MBL: querem vacina e medidas sanitárias. Ora, quem quiser que acredite que as preocupações de uma população oprimida por um governo comunista são idênticas às de sindicalistas folgados e tiktokers.
Na verdade, se a máquina de propaganda decretou que todo protesto deve ser enquadrado ou como obscurantista-anticiência-extrema-direita, ou como iluminado-pró-ciência-progressista, devemos nos perguntar se manifestações tão conformes a essa receita saíram mesmo da cabeça dos petistas, ou se foram encomendadas por alguma ONG do tipo da Fundação Ford (que, como mostrou esta Gazeta do Povo, dá dinheiro até à CUT).
Ted Cruz em defesa dos cubanos
Esta Gazeta do Povo há pouco traduziu e pôs na primeira página o artigo do senador Ted Cruz, texano, republicano, filho de um refugiado cubano, exigindo que os Estados Unidos apoiassem as manifestações em Cuba, feita por gente desarmada num país repressivo. Após a publicação original deste artigo, não só o governo Biden não fez o que Ted Cruz queria, como pôs Alejandro Maiorkas, burocrata e person of color (pois latinos, mesmo brancos, são considerados person of color) nascido em Cuba, para declarar ao mundo que os cubanos não receberiam auxílio dos Estados Unidos e que, portanto, não fossem para lá. Na certa os ideólogos da “representatividade” acham que basta pôr um burocrata nascido em Cuba para ficar bem na foto.
Perante essa situação, Ted Cruz pontifica: os únicos imigrantes ilegais indesejados pelos Democratas são os cubanos. O vídeo com a entrevista de Cruz à Fox News recebeu o título de “Ted Cruz zomba de Kamala Harris por comparar os Democratas do Texas a líderes dos direitos civis.” O líder desse movimento que visava estender aos negros os direitos civis é o Pastor Martin Luther King, cuja existência os progressistas tentam apagar da história.
Pois bem. Vemos na reportagem uma orgulhosa Kamala apontando para uma imagem do abolicionista Frederick Douglass, que morreu antes de o movimento dos direitos civis começar e que supostamente está pendurada no sala dela. Os Democratas teriam agido como esse grande líder do Movimento por Direitos Civis, pois fizeram de tudo para estender o voto aos negros e à gente de cor.
O episódio referido por ela, e que não tem sido coberto na imprensa brasileira, é a fuga dos deputados democratas texanos do seu próprio estado para interferir no quórum e impedir a votação de um projeto de lei que reforçaria a segurança do voto – pedindo documentação para se identificar, por exemplo. Confesso que não entendo a legislação do Texas, mas, pelo que li, esses deputados fugitivos cometeram um crime e não podem mais voltar para o estado. Se você sabe inglês, pode ler sobre esse episódio aqui.
Assim, dito de uma maneira bem simples, Kamala Harris defende o voto por imigrantes ilegais, em fraude do processo eleitoral. Ted Cruz diz que, sem maior segurança do voto, criminosos e imigrantes ilegais poderão votar.
Convenhamos: se os EUA não pedem nem cédula de identidade para votar, e se ainda por cima um mecanismo incomum de votação (o correio) se tornou regra por causa da Covid, está longe de ser uma teoria conspiratória a fraude eleitoral.
A hipótese de Tucker Carlson
Tucker Carlson, da Fox News, tem comentado notícias bastante importantes para compreendermos os Estados Unidos atuais. Para começo de conversa, ele acusa a NSA de quebrar o sigilo dos seus e-mails, e a NSA não nega. Diferentemente do Brasil, os EUA são organizados o bastante para terem uma polícia secreta de estilo totalitário.
Ele tem abordado com frequência o problema pouco comentado na própria imprensa dos EUA, o da ascensão da criminalidade, que resulta, segundo ele (e qualquer pessoa sensata) das políticas de desfinanciamento da polícia, insufladas pelo Black Lives Matter.
Mas o mais importante, para o assunto em questão, são os ônibus cheios de imigrantes ilegais que cruzam as fronteiras e promovem a interiorização desses ilegais para estados distantes dessas fronteiras, com a anuência do governo. E mais: como esses ônibus estavam dando muito na vista, eles foram então substituídos por aviões. Somemos isso agora ao fato de que o auxílio dado por Biden é alto e acarretou postos de trabalho vagos.
Tudo isso poderia parecer conspiratório demais, se a própria vice-presidente dos EUA não fizesse uma apologia explícita e desavergonhada da fraude eleitoral com voto de imigrantes ilegais. E que diga isso sem causar indignação nem virar manchete é mais escandaloso ainda.
É muito plausível que os EUA estejam, agora, sob uma ditadura branca. Instituições aparelhadas, violência urbana e mídia corrupta não são prerrogativas brasileiras. Ao menos nós não contamos com uma invasão financiada pelo erário. E, por mais vergonhosa que seja a ação do STF para barrar a melhoria das urnas, a nossa votação ainda é bem menos sujeita a fraude do que a deles.