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Bruna Frascolla

Bruna Frascolla

Feminismo

Desde a pílula, gravidez indesejada é problema masculino. Que tal acabar com pensão?

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Eu tenho um amigo dedicado à astronomia que anda com uma câmera no retrovisor. Segundo me explicou, a maioria das imagens de um certo tipo de corpos celestes é capturada por russos. Investigando o motivo, descobriu que na Rússia há uma lei que manda os motoristas indenizarem as vítimas de atropelamento. Assim, alguns pedestres passaram a se atirar na frente dos carros para levar vantagem em cima dos motoristas – que, para se livrarem do golpe, passaram a andar com câmeras penduradas no retrovisor. Para a alegria do observador de corpos celestes, que providenciou uma para si. Eis a beleza das consequências não intencionais. Estas deveriam constituir o objeto de estudos das ciências sociais, não tratados morais.

Na certa há políticas estatais planejadas para fomentar a ciência que, com orçamento grandíssimo (vide o Ciências Sem Fronteiras), tiveram menos impacto para o progresso da ciência do que uma lei de trânsito. Por outro lado, o trânsito sofreu com a lei bem-intencionada. A lei criou a figura do pedestre golpista, inexistente em condições normais. Assim, é bem provável que, ao menos antes de os motoristas ficarem safos e botarem uma câmera no retrovisor, a lei para impedir atropelamentos tenha causado um boom de atropelamentos.

Deveria ser claro que quando uma lei dá incentivos financeiros para uma ação, essa ação virará negócio e será estimulada. Se for adiante o projeto de Damares que recompensa financeiramente as autodeclaradas vítimas de estupro, as feministas vão ficar muito felizes com as estatísticas de estupro do Brasil, e poderão alegar felizes, cheia de tabelas oficiais, que isto aqui é pior que o Paquistão. E se alguém perguntar que tipo de mulher faria isso, já que o dinheiro seria pouco, respondo fácil: mulher de bandido. Ela não terá coragem de acionar a Justiça para receber alimentos, então vai alegar que o filho é fruto de estuprador não identificado. “Mas não seria melhor isso do que abortar?”. Caro leitor, contracepção existe e é fácil. Mulher de bandido, via de regra, é drogada, e droga é caro. O que ela vai fazer é a contracepção, pegar o dinheiro do Estado pra comprar droga e cuidar apenas para que a criança (o pretexto da pensão) não morra. Viva, padecerá de todo tipo de abuso.

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Os homens escrupulosos, ao contrário dos bandidos, estão na posição de serem coagidos por golpistas e ressentidas. Isso começou em 2009, quando Lula sancionou a Lei 12.004, segundo a qual a mulher tinha o poder de apontar um pai para o seu filho, e o homem só poderia escapar de ser considerado pai caso faça um exame de DNA provando que não é. Numa palavra, os homens são forçados a registrar filhos que porventura façam. Antes poderíamos julgar moralmente o homem que faz ou deixa de fazer isso. Hoje, não. Porque quando não há liberdade, não há moralidade.

Uma vez que tenha sido forçado a assumir o filho, será também forçado a pagar pensão de alimentos. Num mundo em que não há liberdade nem moralidade, quem decide o preço a ser pago é o Estado, por meio do juiz. Em tese, a pensão é para dar de comer à criança; por isso, o atraso na pensão pode dar cadeia, subentendendo-se que a criança vá morrer de fome caso o pai atrase muito.

Uma coisa curiosa da pensão de alimentos é a proporcionalidade da renda. Se um pai ganha muito, é obrigado pelo Estado a dar mais. O Estado quebrará seu sigilo bancário a fim de ver suas receitas e tirar, habitualmente, uma fatia proporcional a um terço da renda, e dará à mãe da criança. O pai não poderá ser virtuoso nem cafajeste; se tiver carteira assinada, a pensão será descontada em folha (se não tiver carteira assinada, terá de expor toda a vida profissional para estimar o quinhão adequado e rezar para não cair na mão de juíza feminista). O filho de um milionário não precisaria comer mais do que deveria comer o filho do pobre, mas a quantia exorbitante que será dada à mãe da criança continuará sendo chamada de alimentos, com atraso podendo implicar prisão.

Não está claro que, nas classes média e alta, trata-se mais de um instrumento para punir homens do que para alimentar filhos? Transfere-se a quantia da renda de um homem para uma mulher, sem qualquer controle dos gastos.

Qual tipo de família nossas leis fomentam?

Tal como os russos criaram o pedestre golpista, Lula e o Judiciário criaram a mãe golpista, que vai furar a camisinha do jogador de futebol para ficar rica. À falta de jogador de futebol, pode ganhar um terço do salário mínimo do porteiro. Se fizer três filhos de porteiros diferentes, ganhará um salário mínimo ao todo. Se a golpista for de classe média, viver de filho é viável quanto viver de aluguel, com a vantagem de prescindir da acumulação prévia de patrimônio. E mais: como a pensão só existe caso o filho more consigo, a golpista tem todo o interesse do mundo em praticar alienação parental, para que o filho jamais corra o risco de querer morar com o pai.

Eu não gasto um terço da minha renda com comida. Se eu tivesse um filho sozinha, minhas dificuldades não seriam financeiras, mas operacionais. Com essa lei, joga-se artificialmente o custo de alimentar um filho lá pra cima. Assim, os filhos legítimos acabam saindo mais baratos do que os filhos avulsos. Isso poderia ser um estímulo a ter filhos legítimos, se não se tratasse de um jogo de soma zero no qual a mulher de má fé leva vantagem. Do ponto de vista da golpista, ter filhos só se reverte em renda caso os filhos sejam feitos fora do casamento, de preferência cada um de um pai (se um coitado tiver três filhos, nenhum juiz mandará dar três terços do salário). Do ponto de vista do homem é que se torna vantagem ter filhos legítimos. Mas quem tem o controle sobre a contracepção é a mulher!

Imaginemos agora que estamos na pele do porteiro com salário mínimo que engravidou uma golpista. Depois de anos tendo a pensão descontada na folha para bancar a manicure e o baseado da mãe do Enzo Gabryel, que tem mais um irmãozinho de pai diferente, o porteiro encontra uma mulher com a qual quer se casar e ter filhos. A inflação consumirá a sua renda e ele terá menos de mil reais para gastar com sua nova família. Ao cabo, deixa de nascer o filho que conviveria com o pai. Parte dos recursos que iriam para a criação de uma família equilibrada é desviada vão para a manicure e o baseado da periguete que não liga pro filho e fica (de pílula em dia) se jogando no colo do traficante para conseguir mais droga. Se os filhos dessa senhora chegarem à maioridade, não será de admirar que vire um soldado do tráfico ou outra periguete, já que não têm nenhuma boa referência na vida.

Ainda assim, tem político querendo regulamentar mais as pensões e botar piso.

Que querem as feministas, afinal?

Então ficamos assim: desde a difusão da pílula anticoncepcional e da camisinha, os homens e as mulheres podem fazer sexo sem compromisso. Se antes, quando a sociedade enxergava a mulher como uma espécie de menor, os homens eram responsabilizados pela gravidez, faria sentido que hoje, quando as mulheres são senhoras da própria fertilidade, o ônus passasse para nós. Havendo uma relação de confiança entre um casal de namorados, é natural que o homem pare de usar camisinha e passe a confiar nos métodos contraceptivos usados pela mulher. Ele está na posição de ser passado para trás, não ela. Ao fim e ao cabo, a gravidez indesejada passou a ser um mais problema masculino do que feminino.

Mas as feministas agem como se contracepção não existisse, e mulheres engravidassem por razões misteriosas. Os homens são horríveis, mas elas querem fazer sexo com eles mesmo assim. Não querem ter filhos, mas querem fazer sexo sem precauções contraceptivas. E no fim pedem o direito ao aborto, alegando que os homens já têm esse direito, quando escolhem não cuidar do filho. Vivem dizendo também que aborto é coisa segura, e é provável que acreditem – vide aquela militante que, quando o aborto passou na Argentina, engravidou, foi estrear o serviço e morreu.

Como vimos nesta Gazeta, empenham-se até em dizer que fetos e bebês são coisas completamente diferentes. Assim sendo, fica a pergunta: por que os homens são obrigados a consentir com uma gravidez, se aborto é seguro e não extingue nenhuma vida humana? Se o direito ao aborto masculino realmente existisse, o homem só seria obrigado a arcar com os custos de filhos se consentisse com a gravidez.

Por último, mais uma pergunta só: como se conciliam os ideais igualitários com as pensões proporcionais à renda? Assim se diz que o filho do milionário tem que ter uma pensão proporcionalmente maior que do pedreiro. Herança é ruim porque perpetua desigualdades depois que os pais morrem, mas pensão proporcional à renda do pai desde a infância é bom. Essas senhoras seriam mais honestas se dissessem logo que a pensão do milionário não é para o filho do milionário, mas para si próprias, essas mulheres predatórias que inventam uma guerra dos sexos para poder dar golpe.

Este assunto tão importante para a vida comum brasileira é objeto das ciências sociais. O governo deveria ter um centro de pesquisa que averiguasse os efeitos das leis e políticas sobre a família, com especial atenção às mães que fazem dinheiro com pensão e aos seus filhos. Os progressistas fabricam mil dados fantasiosos vestidos como Ciência, mas os conservadores não têm cientistas sociais para corroborar cientificamente coisas visíveis a olho nu.

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