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Bruna Frascolla

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“Racismo ambiental” é conversa mole de quem quer acabar com o Estado

Anielle Franco
Anielle Franco diz que trágica chuva no RJ leva a "iminente tragédia" com efeito de "racismo ambiental e climático". (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

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Anielle Franco foi parar à frente de um ministério estranho à cultura nacional, o qual não deveria existir, porque sua irmã, uma política de importância municipal, foi assassinada. Anielle Franco, sendo uma personagem destituída de qualquer ideia própria, repete termos e slogans de ONGs bilionárias contrárias aos interesses do Brasil. Marina Silva fazia isso com mais aparência de autenticidade em décadas passadas; Sônia Guajajara nunca enganou muito bem; mas Anielle Franco – e seu staff de pessoes safades (sic) – parece insuperável em matéria de tosquice. Seu último feito foi acusar São Pedro de racista, por meio do conceito de “racismo estrutural”.

Kim Paim, com toda razão, chamou a atenção nas redes sociais para o fato de que o termo é velho e não foi inventado pela ministra. Fez também este importante vídeo documentando a origem do termo, que eu recomendo.

Dito isso, foquemos no presente: Anielle Franco e o artifício retórico do “racismo ambiental” com o qual irá atormentar os brasileiros. É uma ideia simples, feita para qualquer ameba repetir: os negros moram em áreas precárias que são atingidas por catástrofes naturais; logo, a verdadeira causa da sua precariedade é o racismo. Como resolver o problema? Investindo contra o racismo – coisa que pode ser feita por meio de palestras e da contratação de pessoes safades. Notemos que "aspone" já vem em gênero neutro.

Ora, a premissa factual é uma falácia estatística já velha. Em 2004 o historiador José Murilo de Carvalho escreveu um pequeno artigo intitulado “Genocídio racial estatístico”, que pode ser lido aqui. Grosso modo, o IBGE tinha as categorias branco, preto e pardo, e o censo era baseado na autodeclaração. Depois do “genocídio estatístico” promovido por militantes de estimação da Fundação Ford, o IBGE criou a categoria “negro” e passou a transformar as autodeclarações dos pardos em negros. Decidiu que preto e negro são coisas diferentes, e que negro = preto + pardo. É com base nessa mentira que se diz que os negros compõem a maioria dos desgraçados em qualquer estatística negativa. As misérias da Amazônia, onde há poucos negros, entram todas na conta do racismo, porque a população de origem ameríndia conta como parda e portanto é convertida em “negra” pela canetada mentirosa. Pelos parâmetros do IBGE, Flávio Dino é obviamente “negro”, já que ele não é branco em hipótese alguma, mesmo que tenha se declarado branco no passado. Pelos parâmetros do IBGE, o Amazonas é um estado no mínimo tão “negro” quanto a Bahia. O oeste catarinense é uma região muito “negra” também. E o Brasil teve muitos presidentes “negros”, como FHC.

Anielle Franco foi parar à frente de um ministério estranho à cultura nacional, o qual não deveria existir, porque sua irmã, uma política de importância municipal, foi assassinada

Agora vamos à “solução”: antes de algum político do Executivo ter a cara de pau de falar de “racismo climático”, toda catástrofe humanitária decorrente de mau planejamento urbano era um embaraço para as autoridades, que faziam o possível para “culpar São Pedro”. Diziam, por exemplo, que choveu de um jeito anormal que jamais poderia ter sido previsto (o que às vezes até pode ser verdade). No entanto, à catástrofe seguem-se promessas de obras de contenção de encostas, de construção de infraestrutura e de entregas de casas populares. No plano municipal, o mais comum é contenção de encosta; no estadual, grandes obras. Como Anielle Franco é do governo federal, o natural seria falar de grandes obras e de entrega de casas populares. Meter um PAC no meio, um Minha Casa Minha Vida.

Contudo, se o problema é racismo, é de esperar que só seja resolvido num futuro remoto, no qual o racismo tenha acabado. E para executar tal missão, bota uma porção de sacripante folgade remunerade a peso de ouro pra falar besteira. A remuneração – individualíssima – da pessoe será uma prova de que o governo Lule empodera pessoes negres. As prefeituras continuarão tapando sol com peneira, as pessoas (e os pessoos) continuarão morrendo, mas é porque o racismo não acabou e ainda há muite trabalhe a ser feite. Uma vez que pagar a folgade para dar palestrinha e curso não chega aos pés de gasto com grandes obras públicas (mesmo obras públicas honestas), ainda dá para tirar uma onda e dizer que o governo é cheio da responsabilidade fiscal. Dane-se a infraestrutura urbana, o que interessa é pagar a folgade para combater o racismo ambiental com saliva.

Agora, admitamos a hipótese remotíssima de que o governo Lula fizesse obras de infraestrutura necessárias e investisse em transporte urbano, tudo isso sem superfaturar muito. Isso estaria correto? Segundo a nossa nobre ministra e seus similares, não. Porque para beneficiar uma localidade é diferente de beneficiar os "negros". Com Sílvio Almeida (que compõe o fantástico quarteto ongueiro junto Anielle, Marina e Guajajara), aprendemos que colorblindness é racismo; obras que beneficiem uma localidade não têm como ser outra coisa senão cega para a cor dos seus moradores. Se eu asfalto as ruas de um bairro pobre, essa asfaltagem vai beneficiar os pobres de todas as cores. Já os benefícios raciais concedidos em nome da “reparação” sempre envolvem um tribunal racial que vai julgar caso a caso quem é branco e quem é “negro” – não raro tomando “negro” segundo o seu significado razoável, ou seja, de evidente ancestralidade subsaariana. A inflação de “negros” serve para gerar estatística, mas os pardos dependem de boa vontade do tribunal para gozarem de benefícios para “negros”.

O artifício retórico do “racismo ambiental”, portanto, se coloca contra a ação do Estado que promova o bem comum. Transforma a sociedade num punhado de átomos a serem classificados individualmente, a fim de cobrarem do Estado a dívida que este teria consigo. Sob essa chave, a sociedade só pode ser enxergada com lentes thatcheristas, ou seja, não pode ser enxergada, já que, em vez de sociedade, existem indivíduos.

Não é de admirar que globalistas patrocinem essa gente. Trata-se mais uma faceta – a faceta esquerda – da campanha contra o Estado nacional soberano.

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

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